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Ômicron avança sem controle pelo país e ameaça provocar novo colapso em sistemas de saúde

Publicado 14.01.2022, 08:11
Atualizado 14.01.2022, 08:15
© Reuters. Paciente com suspeita de Covid-19 chega de ambulância a hospital em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro
20/05/2021 REUTERS/Pilar Olivares

Por Pedro Fonseca e Eduardo Simões

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A variante Ômicron do coronavírus fez explodir o número de casos de Covid-19 no Brasil neste início de 2022 em uma velocidade jamais vista no país, provocando transtornos em diversos setores da economia e forçando Estados e municípios a restabeleceram medidas de restrição na tentativa de evitar um novo colapso no sistema de saúde.

Assim como no início da pandemia em 2020, os profissionais de saúde têm sido duramente atingidos pela nova variante, que é reconhecida por seu grande poder de transmissão, ainda que com menor letalidade. Hospitais pelo país têm sofrido com o afastamento de funcionários contaminados pela doença, justamente no momento em que cresce a demanda de pacientes infectados tanto pela Covid-19 como por um surto simultâneo de influenza, exigindo mais dos médicos e enfermeiros.

"Se você não tem nenhum amigo contaminado neste momento significa que você não tem amigo", disse César Eduardo Fernandes, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), sobre a dimensão da disseminação da doença.

"O número de afastamentos triplicou em quatro semanas em relação ao número antes da Ômicron, mostrando como essa variante está se espalhando. A situação é preocupante, e possivelmente alguns serviços vão colapsar", acrescentou.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reconheceu esta semana que a Ômicron traz um receio de um "novo impacto no sistema de saúde com a perspectiva de colapso e perdas de vidas", mas ressaltou que o Sistema Único de Saúde (SUS) foi fortalecido durante a pandemia e conseguirá lidar com a situação.

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No entanto, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertou para o aumento da taxa de ocupação de leitos de UTI de Covid-19 na rede pública.

"Olhando estritamente as taxas de ocupação de leitos de UTI observadas em 10 de janeiro, em confronto com a série histórica do indicador, o país voltou a ter um terço das unidades federativas e 10 capitais nas zonas de alerta intermediário e crítico. Assinala-se o alerta para o crescimento da demanda por recursos assistenciais complexos e a necessidade de acionamento dos planos de contingência, envolvendo a reabertura de leitos", disse a Fiocruz.

Os números oficiais de casos novos de Covid-19 colocam o Brasil de volta nos patamares de julho do ano passado, mas um apagão nos dados oficiais do Ministério da Saúde desde um ataque hacker no final do ano e uma falta de testes de Covid-19 em farmácias, laboratórios e hospitais significa que há uma enorme subnotificação, de acordo com epidemiologistas.

A média de novos casos confirmados em 7 dias saltou para 52.500 nesta quinta-feira, o mesmo nível de julho, com quase 90 mil casos registrados na véspera. Em comparação, na quarta-feira da semana passada, tinham sido registrados 27.267.

No pico da pandemia, a média era de 77 mil casos em média por dia, mas a subnotificação estimada à época era de três vezes, enquanto o número de casos não identificados atualmente é muito superior, mediante a falta de capacidade de testagem e também pelo fato de a Ômicron provocar principalmente casos leves, que muitas vezes são resolvidos antes que se consiga fazer um teste.

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"Estamos completamente sem dados confiáveis", disse Alexandre Naime Barbosa, chefe da infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia.

Apesar da nova alta de casos, os números de óbitos permanecem estáveis, em cerca de 120 por dia na média de 7 dias, uma vez que mais de 67% da população está vacinada com duas doses ou vacina de dose única. Em comparação, no pico da pandemia, o Brasil chegou a ter média superior a 3 mil mortes por dia.

Outros afastamentos

Diante da escassez de testes e com um "risco real de desabastecimento" de insumos, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) recomendou que seja priorizada a testagem de Covid-19 para pacientes com maior gravidade dos sintomas e outros grupos determinados.

Hospitais, como a Rede D’Or’, anunciaram que não vão mais testar pacientes em bom estado geral devido à limitação no mercado nacional de insumos para testes de PCR e antígeno para Covid-19.

Sem testes, muitos trabalhadores têm ficado afastados do trabalho por um período de até 14 dias depois que são contaminados com a Covid-19 ou que têm contato com pessoas infectadas, o afeta diversos setores da economia.

O Sindilojas-SP, representante dos empresários do comércio da capital paulista, apurou um aumento de 200% no número de consultas feitas pelos empresários ao departamento jurídico da entidade relacionadas a atestados médicos e afastamento de funcionários nas duas primeiras semanas de janeiro em relação a todo o mês de dezembro.

Levantamento da Associação Nacional de Restaurantes (ANR) com mais de 100 empresas, principalmente de São Paulo e Rio de Janeiro, apontou que 85% delas estão com trabalhadores afastados.

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Também houve impacto no setor aéreo, com companhias como Azul (SA:AZUL4) e Latam sendo obrigadas a cancelar voos pela ausência de funcionários, o que resultou em longas filas em alguns aeroportos.

Para tentar aliviar o impacto sobre as empresas, o Ministério da Saúde anunciou nesta semana uma redução no período de quarentena de 10 para 7 dias no caso de pacientes assintomáticos.

"Temos observado que os afastamentos têm sido por curtos prazos. Agora, em torno de sete dias já o suficiente para que esses colaboradores estejam de volta, caso não haja nenhuma complicação decorrente das doenças. A vacinação em massa da imensa maioria das pessoas é o que tem possibilitado essa diminuição nos gaps", disse Fernando Blower, diretor-executivo da ANR.

Volta das restrições

Depois que o avanço da vacinação significou um período de baixo número de casos de Covid-19 no Brasil nos últimos meses do ano passado, a chegada da Ômicron mudou o panorama, o que forçou muitas cidades e Estados a reverterem flexibilizações de medidas de restrição e cancelarem eventos tradicionais, como as festas de Réveillon e de Carnaval.

No Rio de Janeiro, a tradicional queima de fogos em Copacabana aconteceu com público reduzido e a prefeitura cancelou o Carnaval de rua na cidade. Em São Paulo, o Réveillon na Avenida Paulista, com seus shows para milhares de pessoas, não ocorreu e a prefeitura também cancelou pelo segundo ano seguido o Carnaval de rua, que tem crescido nos últimos anos na capital paulista.

Os desfiles das escolas de samba tanto no Rio quanto em São Paulo estão confirmados por ora, mas as duas cidades já discutem a possibilidade de uma reversão.

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Na Bahia, o governador Rui Costa (PT) anunciou que não haverá Carnaval no Estado neste ano e, na capital baiana, Salvador, a lavagem da escadaria da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, um dos principais eventos do calendário turístico da cidade, acontecerá de forma virtual.

Em Pernambuco, dois dos mais tradicionais Carnavais de rua do Brasil --de Recife e Olinda-- também foram suspensos ou cancelados por causa da alta do número de casos de Covid-19 provocada pela Ômicron, assim como aconteceu também em diversas capitais e grandes cidades do país, incluindo Santos, no litoral paulista, que decidiu não realizar o desfile de escolas de samba na cidade.

(Reportagem adicional de André Romani e Beatriz Garcia em São Paulo)

Últimos comentários

todo final de semana uma nova notícia tentando implantar o terror, é fato que a variante é mais contagiosa porém os sintomas são mais leve .
Uma amostra do q acontece no mundo e omitem!!  ''Government data: COVID infections, deaths soar after vaccination Data from the Canadian province Alberta confirms figures from other nations contradicting the "pandemic of the unvaccinated" narrative, showing a spike in COVID-19 cases after vaccination. Alberta's data is particularly useful because the province reports COVID cases, hospitalizations and deaths by day after the first and second vaccine doses.'' Fonte: WND.
a midia la de fora ainda tenta falar a verdade, mesmo sendo calada diariamente... especialistas ainda tentam fazer os alertas mesmo q sejam cancelados pela turminha da OMS....estamos todos sendo manipulados...os grandes laboratórios agradecem
Gostaria de saber no que se baseiam os comentários de quem pensa que essa nova onda é fake. Tem noticias do mundo inteiro sobre a omicron, quer dizer, menos do Brasil porque o governo esconde/não leva a sério a importância dos dados. Também foi assim no começo, parece que o governo não aprendeu nada. Acho que o resumo é esse, não aprendeu nada porque não quer aprender, insiste em fechar os olhos para não ter que lidar com a realidade que exige planejamento e outras competências básicas que o governo parece não ter.Sabendo o que vem pela frente podemos nos preparar. Negando o óbvio, sem abrir leitos, comprar respiradores, testes, mascaras e outros insumos, a população é que será penalizada quando o inevitável acontecer. Falta de planejamento e de visão. Mas essa estória é conhecida no Brasil, em vez de comprar por R$ 1, políticos esperam o bicho pegar para comprar por R$ 5 e embolsar uma parte. É a velha política mais presente do que nunca.
governo federal distribuiu bilhões para os Estados, que tinha autonomia para fazer as compras e as ações de contenção... compramos mais vacinas q muitos paises desenvolvidos e estamos em 2 no número de vacinações....todas vacinas q foram aprovadas pela Anvisa foram compradas, inclusive o governo federal reservou 100% da produção da coronavac por varios meses.... fomos um dos primeiros paises do mundo a fechar a compra de vacinad com o contrato de troca d tecnologias com a Oxford em Ago/20, bem no início da pandemia..os dados estao ai..a esquerda nao pesquisa pq nao quer..o q ta faltando é o governo estadual fazer a parte dele e prestar conta onde gastou os bilhoes destinados ao covid
manipulam os tolos pelo medo
+620 mil m0rtes por covid-19 bolsonaro CULPADO. #governoDeM.E.R.D.A
Aumento exponencial de testes = aumento exponencial de "casos". Vamo parar de se preocupar à toa e despertar da hipnose.
Não é bem assim, faço parte de um projeto que acompanha o vírus no sistema de esgotamento sanitário e carga de vírus no esgoto aumento muito significativamente, não é apenas uma questão de testar mais. De fato, estamos tendo mais casos desde as festas de final de ano, a ocupação em leitos de enfermaria também aumentaram, mas não proporcionalmente, o que é algo bastante positivo. Leitos de UTI também não tiveram aumentos proporcionais, significa que grande parte é assintomático, leve ou moderado, casos graves são minorias.
 Ou seja, você concorda comigo mas apenas parcialmente. Que bom, parabéns pela honestidade intelectual.
 fico contente com sua felicitação, também sou investigador, pequeno, mas quero tanto quanto todos os outros que nossas ações valorizem e que o Brasil prospere, infelizmente politizações só atrapalham nossos trabalhos, ainda mais na área de pesquisa. Nossos resultados são divulgados no site da Agência Nacional das Águas e de Saneamento Básico - ANA em boletins mensais e notas de alerta, caso tenham interesse.
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