BERLIM (Reuters) - O Festival Internacional de Cinema de Berlim deste ano, conhecido como Berlinale, marca um ressurgimento da indústria cinematográfica global após anos de estagnação devido à pandemia de Covid-19, disse o especialista do setor Scott Roxborough na véspera do festival.
Embora os ícones que estarão no tapete vermelho este ano --incluindo Fan Bingbing, Sean Penn, Steven Spielberg e Anne Hathaway-- atraiam grande parte da atenção, é a disputa por escolhas no mercado cinematográfico europeu paralelo que faz do Berlinale uma fixação do calendário cinematográfico global.
E, após uma pausa pandêmica de três anos, o volume de filmes em busca de distribuidores ou financiamento está batendo recordes, com 827 filmes de 121 países buscando 1.168 compradores, de acordo com o festival.
"A indústria cinematográfica está começando a sair da pandemia, começando a reviver", disse Roxborough, chefe do braço europeu da Hollywood Reporter. "Vai ser aqui em Berlim onde realmente veremos os brotos verdes do futuro do cinema."
Nascido em uma cidade dividida na linha de frente da Guerra Fria, o Festival de Cinema de Berlim sempre teve um foco político, e isso é ainda mais importante neste ano, quando coincide com o primeiro aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia e os contínuos protestos contra o governo no Irã.
Embora os filmes apoiados pelos governos iraniano e russo sejam proibidos, vários filmes com foco na Ucrânia e no Irã estão na programação, incluindo "Superpower", o perfil de Sean Penn e Aaron Kaufman do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, que foi filmado enquanto tanques russos avançavam para a Ucrânia um ano atrás.
(Reportagem de Hanna Rantala)
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447702)) REUTERS AC