Por Jeff Mason e Ernest Scheyder
BULLHEAD CITY, Arizona/WILMINGTON, Delaware (Reuters) - Com menos de uma semana para o prazo final para votação nos Estados Unidos, o presidente norte-americano, Donald Trump, realizou na quarta-feira um comício presencial no Estado do Arizona apesar de uma alta nos casos de Covid-19 e da escalada de críticas de que ele estaria priorizando sua reeleição em vez da saúde de seus apoiadores.
A pandemia que desestabilizou as vidas de todos os Estados Unidos, matando mais de 227 mil pessoas no país, está em aceleração novamente nos dias que antecedem o dia da eleição em 3 de novembro no qual Trump enfrentará o desafiante democrata, Joe Biden.
Biden detém uma vantagem confortável nas pesquisas nacionais, que também mostram um eleitorado cada vez mais desolado com a condução de Trump da maior crise de saúde pública da história dos Estados Unidos. Mas as pesquisas nos Estados cruciais, que provavelmente irão decidir a eleição, estão mais apertadas que as sondagens nacionais.
Após uma reunião com autoridades de Saúde Pública na quarta-feira, o ex-vice-presidente criticou o que chamou de negligência do governo Trump com segurança e um fracasso para desenvolver um plano para conter a Covid-19. Pesquisas mostram que os norte-americanos confiam mais em Biden do que em Trump para conter o vírus.
"Quanto mais ele está no comando, mais inconsequente ele fica", disse Biden a jornalistas antes de votar na cidade de Wilmington, no Delaware.
Biden criticou seu adversário sobre informações de que centenas de apoiadores de Trump ficaram esperando no frio por até três horas após um comício em Ohama, no Nebraska, na noite de terça-feira, para que os ônibus da campanha os buscassem e os levassem de volta a seus carros.
"É uma imagem que captura inteiramente a abordagem do presidente Trump nesta crise. Ele aproveita a oportunidade para a foto e vai embora", disse o democrata.
A equipe de campanha de Trump disse que os problemas aconteceram por conta do público, que foi maior do que era esperado.
Companheiro de chapa de Trump, o vice-presidente Mike Pence fez campanha nesta quarta-feira em Wisconsin, onde um número recorde de casos de coronavírus levou o governador democrata do Estado a pedir que as pessoas ficassem em casa.
Wisconsin quebrou os recordes estaduais para novos casos e mortes diárias na terça-feira. Autoridades pediram que moradores façam quarentenas voluntariamente, usem máscaras e cancelem reuniões sociais com mais de cinco pessoas. Cada um dos eventos de campanha de Trump nos últimos dias reuniu milhares de pessoas.
Após passar correndo por Michingan, Wisconsin e Nebraska na terça-feira e passando a noite em Las Vegas, Trump tinha comícios marcados em aeroportos no Arizona, em Bullhead City e na cidade de Goodyear, que fica próxima da capital Phoenix, maior cidade do Estado.
Trump deve depois se dirigir para a Flórida e para a Carolina do Norte na quinta-feira, retornando depois para o Meio Oeste na sexta-feira, para Michigan, Wisconsin e Minnesota.
No total, Trump planeja visitar 10 Estados na última semana da campanha e fará 11 comícios nas últimas 48 horas antes do pleito, informou um integrante de sua equipe eleitoral.
(Reportagem de Jeff Mason em Las Vegas, Ernest Scheyder em Wilmington, Delaware, Doina Chiacu e Jason Lange em Washington)