Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O Senado aprovou na madrugada desta quarta-feira o parecer pela continuidade do processo de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff, que passa à condição de ré, acusada de ter cometido crime de responsabilidade.
Redigido pelo senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), o parecer aprovado por 59 votos a 21 recomenda a pronúncia de Dilma, por entender que há elementos suficientes para levar a petista a julgamento final no processo de impeachment.
O placar correspondeu à expectativa de governistas, que apostavam obter quase 60 votos favoráveis ao relatório de Anastasia, e superou até mesmo a marca dos dois terços necessários para condenar Dilma na última fase do processo.
O Planalto quis passar um clima de tranquilidade ao longo da terça-feira, mas acompanhou de perto a votação e o comportamento dos aliados.
Não havia temor ou qualquer risco quanto ao resultado, já que era necessária apenas maioria simples para tornar Dilma ré, mas o clima era de precaução, porque a intenção era obter a maior quantidade de votos possível nesta fase, segundo uma fonte palaciana disse à Reuters.
O ex-advogado-geral da União e advogado de defesa de Dilma, José Eduardo Cardozo, tentou minimizar o placar da pronúncia, argumentando que ele não pode ser encarado como uma antecipação fiel do julgamento final. Segundo ele, a votação da pronúncia aponta apenas que há “fumaça” de autoria.
O julgamento deve ter início no dia 25 deste mês, e previsões iniciais estimam que dure cerca de cinco dias.
(Reportagem adicional de Lisandra Paraguassu)