Buenos Aires, 2 mar (EFE).- O juiz espanhol Baltasar Garzón, recentemente expulso da carreira judicial em seu país, foi convidado a assessorar a comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados da Argentina, que nesta sexta-feira considerou-o "Visitante Ilustre".
De visita a Buenos Aires, o ex-magistrado da Audiência Nacional espanhola foi homenageado pela Câmara dos Deputados argentina, cujo presidente, Julián Domínguez, lhe propôs também realizar um ciclo de palestras no país.
Garzón se reuniu com deputados governistas e opositores, que lhe agradeceram pelos processos que promoveu nos anos 1990 contra repressores da última ditadura argentina (1976-1983) e que permitiriam seu posterior julgamento na Argentina.
Ele elogiou a política de direitos humanos realizada pela Argentina nos últimos anos e considerou-a "um exemplo mundial".
Baltasar Garzón foi aplaudido de pé na cerimônia de abertura de uma nova sessão legislativa no Parlamento argentino, onde a presidente Cristina Fernández de Kirchner elogiou o juiz e disse que a cassação de sua licença para atuar representa uma "afronta contra a justiça universal".
Horas depois, dirigentes de entidades de direitos humanos e personalidades da cultura o homenagearam em uma conferência sobre a memória compartilhada entre Argentina e Espanha.
Garzón teve a licença cassada no dia 20 de fevereiro passado, após ter sido julgado e condenado a 11 anos de inabilitação profissional por ter ordenado escutas de conversas entre réus de um caso de corrupção e seus advogados. EFE