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ENTREVISTA – BitBlue quer ser líder do criptomercado no Brasil, diz CEO

Publicado 15.08.2018, 18:16
Atualizado 16.08.2018, 09:00
© Reuters. ENTREVISTA – BitBlue quer ser líder do criptomercado no Brasil, diz CEO

© Reuters. ENTREVISTA – BitBlue quer ser líder do criptomercado no Brasil, diz CEO

O mercado de criptomoedas tem enfrentando um 2018 de consolidação depois da euforia que marcou o final do ano passado, quando a disparada do bitcoin chegou à conversa do cafezinho, depois de estampar capa de revistas e jornais com histórias de recém-milionários. O momento de baixa no mercado, que pode parecer desfavorável para alguns, é de maturação de projetos e de profissionalização de serviços.

O lançamento da BitBlue marca a entrada da B&T Corretora no ramo de moedas digitais. O grupo tem experiência de mais de 25 anos no mercado de câmbio e somente no ano passado realizou a movimentação de US$ 2,7 bilhões em 90,5 mil operações.

“Não vamos entrar para ser pequenos. Queremos ser um dos líderes desse mercado”, contou o diretor de negócios da B&T e CEO da BitBlue, Edisio Pereira Neto, em conversa com o Investing.com Brasil.

Por Felipe Areia

Investing.com – Por que o Grupo B&T decidiu investir no mercado de criptomoedas?

Edisio Pereira Neto – Com a experiência que acumulamos ao longo de 25 anos operando no setor de câmbio, acreditamos que as moedas digitais são um caminho sem volta. As pessoas nos perguntam por que resolvemos entrar agora, justamente quando o bitcoin despencou. Nóssempre olhamos a longo prazo e estamos planejando essa empresa há mais de três anos. Nesse período, vimos de tudo. Quando está subindo muito as pessoas dizem que é uma bolha. Quando passa um período estável as pessoas dizem que acabou. O que estamos fazendo é investir na tecnologia e em uma excelente forma de pagamento entre as pessoas

As moedas digitais são como um e-mail. Para mandar uma carta é preciso preencher diversos dados e o texto demora dias para chegar. E é exatamente o que acontece hoje com uma remessa internacional: tem muita burocracia e demora dois a três dias para chegar ao destino, intermediado por quatro ou cinco instituições financeiras, cada uma dando uma mordida no seu dinheiro. O Bitcoin é como um e-mail. Você coloca o destinatário e envia em alguns minutos.

Inv.com – Qual será o papel da BitBlue neste mercado?

EPN – A B&T é por três anos consecutivos a maior corretora de câmbio do país, segundo ranking do Banco Central. Não estamos entrando no criptomercado para ser pequeno. Estamos entrando para ser um dos líderes e nos destacar no mercado nacional. Concluímos recentemente o beta teste da nossa plataforma, que funcionou perfeitamente. Atualmente já oferecemos bitcoin, ethereum e dash e até o final do ano vamos adicionar mais sete, entre elas litecoin, bitcoin cash e ripple.

Inv.com – Quem é o público-alvo da BitBlue?

EPN – Estamos visando muito pessoas físicas, pois temos clientes que conhecem e visitam a nossa rede de 250 casas de câmbio instaladas em lugares como shoppings, aeroportos e hotéis. Inicialmente, queremos atrair o investidor para a nossa plataforma e pretendemos até o final do ano expandir para o mundo físico, ao possibilitar negociar criptomoedas em nossas unidades espalhadas pelo país.

O cliente poderá entrar em uma das nossas lojas e adquirir bitcoins ou mesmo trocar suas moedas digitais por reais, dólares ou euros.

Inv.com – Qual o diferencial da BitBlue para ‘ser um dos líderes’?

EPN – Nós lançamos uma plataforma integrada com três das maiores exchanges do mundo para garantir uma liquidez muito alta. O cliente pode comprar o quanto quiser na BitBlue que vai ter disponibilidade de criptomoedas e o melhor preço, sem as oscilações provocadas ordens de compra de maior volume. Além disso, nos preocupamos em automatizar saques e depósitos com um sistema que identifica e credita em 5 minutos o valor transferido para a carteira do cliente, o que não é a realidade de outras exchanges no Brasil.

Além disso, a estratégia é cobrar taxa zero para operar e queremos manter assim.

Inv.com – Como vocês vão manter taxa zero?

EPN – Nosso modelo de negócio é semelhante ao praticado e conhecido pelo mercado de câmbio tradicional. Essa parceria que temos com grandes exchanges internacionais nos permite comprar criptomoeda no exterior a um preço muito mais competitivo do que no Brasil e revender com um pequeno ágio. Isso traz uma transparência muito grande, pois o comprador sabe o preço final da criptomoeda, sem acrescentar um centavo de taxa.

Inv.com – Sobre transparência do setor, a BitBlue vê com bons olhos a regulamentação do setor?

EPN – Nós torcemos para que o mercado seja regulamentado. Queremos uma regulamentação positiva, que, de fato, tenha os controles para combater a lavagem de dinheiro ou financiamento do terrorismo, sem impedir, logicamente, a tecnologia de crescer. Existe um receio que haja uma tributação alta ou uma proibição, mas não apostaria nisso. Acredito que o Banco Central está acompanhando as discussões no G20 para ter de fato uma posição global.

Inv.comAs próprias exchanges são muitas vezes acusadas de manipular o mercado com operações de pump and dump ou operar com informações privilegiadas. Como garantir a lisura do criptomercado?

EPN – Existe uma palavra para evitar isso: regulamentação. É preciso ter regras e fiscalizar. Infelizmente, hoje o bitcoin é uma ‘bolsa’ sem regulamentação da CVM; uma ‘moeda’, sem regulamentação do BC; e muita gente se aproveita disso para práticas que seriam ilegais. Vemos no Brasil um movimento interessante de auto-regulamentação das maiores exchanges, que inclui padronizar os documentos exigidos dos clientes, estabelecer limites para operação e formas de evitar fraudes, mas acho que ainda não é suficiente.

A BitBlue é parte do grupo B&T, uma instituição financeira regulamentada que opera há mais de 25 anos, e conhecemos o caminho para evitar lavagem de dinheiro. Estamos acostumados com o mercado de câmbio, que é muito bem regulado. Por isso, acredito que estamos um pouco à frente de outras exchanges, que poderão sofrer um pouco com uma regulamentação.

Inv.com – Depois da plataforma de operação de criptomoedas, quais os próximos passos da BitBlue?

EPN – Estamos instalando nas casas de câmbio um sistema que é adaptável para qualquer estabelecimento do Brasil. Tivemos conversas iniciais com empresas e no futuro será possível uma farmácia ou um mercado aceitar pagamento com criptomoedas utilizando nossa plataforma.

Inv.com – Como convencer as pessoas a aceitaram criptomoedas especialmente depois da forte oscilação no ano passado seguida pelo tombo dos últimos meses?

EPN – A impressão de uma bolha deixou uma imagem negativa, especialmente com muita gente perdendo dinheiro depois de janeiro. Existem, contudo, argumentos econômicos básicos para convencer o estabelecimento, que incluem diversificação, menores taxas e prazos.

Com nosso sistema, o comerciante poderá oferecer uma forma de pagamento extra e vai pagar uma taxa muito menor do que os 5% cobrados por uma compra no crédito. O repasse de dinheiro ocorre em reais e imediatamente, contra até 45 dias no cartão.

Não é preciso entender de criptomoedas. A tecnologia que temos trava o valor e garante o preço. O cliente pode pagar em bitcoins e o sistema assegura que será repassado ao vendedor o valor combinado em reais. Não há risco da volatilidade das moedas digitais para o comerciante.

No futuro, pretendemos oferecer serviço de remessas para o exterior. Vemos as principais instituições financeiras do mundo como como MoneyGram e Western Union aderindo a algumas criptomoedas. Acreditamos muito que as moedas digitais vão inovar esse mercado de transferências internacionais e queremos fazer parte disso.

CEO da BitBlue Edisio Pereira Neto

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