Por Joan Faus
BARCELONA (Reuters) - Manifestantes interditaram uma estação de trem e várias estradas na região espanhola da Catalunha nesta terça-feira, o segundo dia de protestos em repúdio à prisão de nove separatistas ordenada na segunda-feira pela Suprema Corte devido ao seu papel em uma tentativa de independência fracassada e que registrou episódios de confrontos entre manifestantes e forças de segurança.
A polícia interveio para retirar os manifestantes, que compareceram em número menor do que no dia anterior. Alguns manifestantes em Barcelona jogaram latas e objetos em chama contra a tropa de choque, também incendiando lixo e outros objetos. Eles também tentaram derrubar barreiras de segurança colocadas em torno da sede do governo espanhol na cidade.
Uma manifestação no centro de Barcelona fechou uma grande via pública ao tráfego, e líderes pró-independência prometeram continuar pressionando por um novo referendo.
Várias outras manifestações estavam planejadas ainda para esta terça-feira, e a confederação de sindicatos trabalhistas pró-secessão IAC anunciou um greve geral na Catalunha na sexta-feira contra leis trabalhistas que sindicatos dizem infringir direitos dos trabalhadores.
Oriol Junqueras recebeu a pena mais longa, de 13 anos, por seu papel na organização do referendo de 2017, que foi considerado ilegal. Na primeira entrevista após a sentença, ele disse à Reuters que isso só consolidará o movimento independentista.
"Não pararemos de pensar o que pensamos, ideais não podem ser descarrilados por penas (de prisão)", disse ele, que garantiu que um novo referendo é "inevitável".
O chefe do governo regional, Quim Torra, defendeu os protestos em massa em reação a condenações que descreveu como inaceitáveis.
"Começa um novo estágio em que tomamos a iniciativa e colocamos a implementação do direito de autodeterminação de volta ao centro" das propostas, disse Torra.