PARIS (Reuters) - Philippe Barbarin, o cardeal católico francês condenado por não reportar acusações de abuso sexual, disse nesta terça-feira que o papa Francisco rejeitou sua oferta de renúncia, mas sugeriu que ele se afastasse da instituição por um tempo.
Barbarin, que está recorrendo da condenação, disse em comunicado ter concordado com a ideia pelo bem da diocese da cidade de Lyon.
"Na manhã de segunda-feira, eu entreguei minha renúncia às mãos do Santo Padre. Invocando a presunção da inocência, ele se recusou a aceitar minha renúncia", disse Barbarin, que é arcebispo de Lyon, em comunicado emitido pela Igreja Católica.
"Por sua sugestão e considerando o quanto a Igreja de Lyon tem sofrido nos últimos três anos, eu decidi me afastar por um tempo e entregar a administração diária da diocese ao vigário-geral, padre Yves Baumgarten", acrescentou.
Barbarin disse ao canal francês KTO que irá se afastar das atividades diárias por um tempo, dependendo do processo de apelação, mas que permanecerá com o título de chefe da diocese e continuará a assinar documentos.
Em comunicado separado, o Vaticano confirmou que o papa não aceitou a renúncia e deixou que Barbarin decidisse o que seria melhor para sua diocese.
Este mês, um tribunal de Lyon determinou que, entre julho de 2014 e junho de 2015, Barbarin encobriu alegações de abuso sexual perpetuado por um padre contra escoteiros na década de 1980 e no início dos anos 1990.