Investing.com - As criptomoedas devem voltar a sofrer com ventos macroeconômicos contrários, diante da preocupação com a inflação nos EUA e da expectativa de que as taxas de juros aumentem ainda mais, diminuindo a liquidez. Além disso, a regulamentação do setor pode se tornar mais rígida, afetando o rali das criptos em 2023, ao menos no curto prazo. Essa é a visão do banco suíço Julius Baer, que apontou o sentimento de cautela em nota enviada aos clientes e ao mercado nesta sexta-feira, 03.
No entanto, ainda existem fatores fundamentais que fornecem uma perspectiva positiva de longo prazo para as criptomoedas, mas eles podem não compensar os impactos negativos de adversidades macroeconômicas ou problemas de liquidez no futuro próximo.
A Securities Exchange Commission (SEC) americana tem focado mais no cenário cripto. A postura linha-dura do presidente da SEC, Gary Gensler, sobre ativos digitais causou uma agitação nesse segmento. Os pronunciamentos de Gensler levaram a um aumento do medo, da incerteza e da dúvida entre os investidores, fazendo com que muitos retirassem o seu dinheiro do mercado, na visão de Manuel Villegas, analista de ativos digitais da Julius Baer. Entre os impactos, estariam o os recentes rumores de falência da Silvergate, banco regulamentado.
Com isso, os níveis de liquidez do Bitcoin estariam chegando a níveis problemáticos, diante de menor profundidade de mercado desde a crise da Terra/Luna de maio de 2022, levando a uma maior volatilidade de preços em todos os níveis para criptos de menor capitalização.
“Ativos com uma ampla profundidade de mercado tendem a ser altamente líquidos e respaldados por volumes mais fortes, permitindo assim que os participantes do mercado façam grandes pedidos sem causar nenhum impacto considerável no preço de um ativo. A derrapagem de pedidos provavelmente será um dos comprometimentos diretos, afetando as expectativas dos traders sobre os acordos de preços”, acredita Villegas.