Juro da dívida bate recorde e deficit nominal supera R$ 1 trilhão
Investing.com - A Boeing reportou um prejuízo por ação no terceiro trimestre maior que as estimativas de Wall Street, já que a gigante da fabricação de aviões foi atingida por um encargo de bilhões de dólares relacionado ao atraso na entrega de seu jato 777X.
O prejuízo por ação ajustado para o trimestre encerrado em setembro foi de US$ 7,47, abaixo dos US$ 10,44 por ação do ano anterior, mas maior que as expectativas de consenso da Bloomberg de US$ 4,92.
Em comunicado, a Boeing disse que o número foi afetado por um encargo de US$ 4,9 bilhões no lucro antes dos impostos relacionado ao programa 777X, o que aumentou o prejuízo por ação em US$ 6,45. Os encargos relacionados ao avião, que está em desenvolvimento desde 2013, já haviam ultrapassado US$ 10 bilhões antes do anúncio desta quarta-feira.
"Embora estejamos desapontados com o atraso no cronograma do 777X, o avião continua apresentando bom desempenho nos testes de voo, e permanecemos focados no trabalho pela frente para concluir nossos programas de desenvolvimento e estabilizar nossas operações a fim de recuperar totalmente o desempenho da nossa empresa e restaurar a confiança com todos os nossos stakeholders", disse o CEO Kelly Ortberg em comunicado.
As ações da Boeing caíram mais de 3% no início das negociações nos EUA.
No início deste mês, a Bloomberg News informou que a entrega do 777X estava sendo adiada para o início de 2027, levando vários analistas a projetarem um encargo entre US$ 1 bilhão e US$ 4 bilhões. A Boeing inicialmente estava programada para entregar seu primeiro 777X em 2026.
Ortberg também sinalizou anteriormente que uma "montanha de trabalho" precisa ser feita para certificar o jato, embora tenha dito na época que nenhum novo problema técnico havia sido identificado.
Ainda assim, a Boeing disse que a produção do crucial modelo 737 MAX foi "estabilizada" em 38 unidades por mês. A Administração Federal de Aviação, motivada por preocupações de segurança e qualidade em torno do jato após uma série de incidentes nos últimos anos, havia limitado a produção do avião nesse nível, mas flexibilizou o limite no início deste mês. A Boeing agora tem aprovação para aumentar a produção do 737 MAX para 42 por mês.
A receita cresceu 30% para US$ 23,27 bilhões graças a uma série de entregas comerciais, observou a empresa. Os analistas previam o valor em US$ 22,29 bilhões.
O fluxo de caixa livre ajustado, uma métrica observada de perto da posição de caixa da Boeing, também ficou em território positivo, em US$ 238 milhões, contra previsões de US$ 884,1 milhões negativos.
"Acreditamos que, no geral, os investidores verão o trimestre de forma favorável, já que o encargo do 777X agora está superado pela empresa", disseram os analistas do BofA Securities, incluindo Ronald Epstein e Mariana Perez Mora, em uma nota. "Além disso, acreditamos que o fluxo de caixa melhor que o esperado compensa o encargo do 777X."
