Investing.com – O aprofundamento do aperto de crédito deve pesar na política monetária brasileira, na visão do Bank of America (NYSE:BAC) (bofA).Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o BofA disse que desde dezembro do ano passado, o crédito segue encolhendo, devido ao aumento do endividamento, inadimplência, juros altos e desaceleração da atividade econômica. A expectativa do banco é de que o ano termine com taxa básica de juros, a Selic, em 11%.
Novas concessões de crédito livre para empresas seguiram em queda em fevereiro, com inadimplência corporativa atingindo 2,4%, detalha o BofA.
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Na visão do Bank of America, as instituições financeiras privadas continuam a responder pela maior parte dos recursos em circulação, mas a participação dos bancos públicos teria aumentado.
“Desde o episódio das Americanas, as provisões continuaram a aumentar acentuadamente. O aprofundamento do aperto de crédito local deve pesar na decisão de política monetária”, destaca o BofA.
De acordo com os economistas do BofA David Beker e Natacha Perez, as novas operações de crédito corporativo apresentaram recuo novamente, enquanto as empresas continuam a “diversificar o financiamento e a aumentar a emissão de dívida externa. Embora o endividamento das famílias continue em níveis elevados, o serviço da dívida diminuiu devido aos juros mais baixos dos empréstimos direcionados”, ponderam.
Além disso, o banco aponta que a concessão de crédito não direcionado, com empréstimos livres, enfrenta um aperto mais claro. A inadimplência segue em alta no ambiente corporativo, assim como spreads de pessoas físicas, com destaque para o aumento das taxas de juros do cartão de crédito.