Kiev, 8 fev (EFE).- A Rússia está bombeando 450 milhões de metros cúbicos diários de gás pelo gasoduto que entra na Europa através do território ucraniano, 60 milhões de metros cúbicos a menos do que os 510 contratados (11% menos), informou nesta quarta-feira o ministro de Energia ucraniano, Yuri Boiko.
"Devido ao frio incomum que faz na Rússia, chega menos gás em nossas fronteiras ocidentais (que unem a Ucrânia com a União Europeia) do que o contratado. A Rússia está consumindo muito gás. Por isso, hoje deveríamos dispor de 510 milhões de metros cúbicos, mas quase não temos 450", disse Boiko.
A Ucrânia retira do gasoduto a quantidade contratada com o monopólio de gás russo Gazprom, e supre a maior demanda causada também pelas baixas temperaturas que castigam o país com suas próprias reservas, revelam as autoridades.
A escassez e a redução das provisões de gás abaixo de 100% do contratado foram denunciadas recentemente por alguns países europeus, entre os quais o mais afetado deles, a Itália.
O vice-presidente da Gazprom, Aleksandr Medvedev, garantiu nesta quarta que praticamente toda a demanda europeia foi e está sendo satisfeita pelo consórcio, exceto pela primeira semana de fevereiro, quando em alguns casos as solicitações superaram 50% do estipulado nos contratos.
Lembrou, no entanto, que os contratos preveem que caso a Gazprom descumpra as provisões de volumes diários contratados os clientes do consórcio serão compensados economicamente.
No caso da Itália, a Gazprom lavou as mãos e garantiu que as reduções denunciadas pelos clientes do país transalpino, que conforme eles chegaram a 30% em dias de pico, não são de responsabilidade do consórcio russo e insinuaram que o hidrocarboneto foi retirado do gasoduto pela Ucrânia.
As queixas da Itália coincidiram com os dias mais gélidos da onda de frio que assola a Europa, incluindo a Ucrânia, que foi especialmente atingida pelas baixas temperaturas e cujo primeiro-ministro, Nikolai Azarov, declarou que "somente em três dias" seu país consumiu "1 bilhão de metros cúbicos" de gás.
A insatisfação com a demanda de abastecimento de gás foi confirmada na terça-feira à Agência Efe pela companhia alemã E.ON Ruhrgas, que informou sobre as restrições de provisão da companhia russa. EFE