Por Alister Doyle
LIMA (Reuters) - Filipinas, Camboja e Índia foram os países mais afetados pelos eventos climáticos extremos em 2013, de acordo com um estudo divulgado nesta terça-feira durante as negociações da Organização das Nações Unidas (ONU) no Peru sobre um acordo global para limitar as mudanças do clima.
O estudo do Germanwatch, um instituto parcialmente financiado pelo governo alemão, revelou que as Filipinas sofreram mais porque 6.300 pessoas morreram na passagem do tufão Haiyan há um ano, causando 13 bilhões de dólares em danos.
Uma nova tempestade ameaça o país agora.
No geral, o estudo constatou que mais de 530.000 pessoas morreram em todo o mundo em 15.000 eventos climáticos extremos nas duas últimas décadas, incluindo inundações, deslizamentos de terra e secas, com perdas econômicas de 2,17 trilhões de dólares.
Condições meteorológicas extremas "não são apenas um problema para o futuro distante", disse Sonke Kreft, um dos autores, em uma entrevista coletiva. O Camboja foi atingido por chuvas de monções graves e a Índia foi afetada pelo tufão Phailin que destruiu 4 bilhões de dólares em lavouras.
O painel de cientistas climáticos da ONU afirmou que os impactos do aquecimento global podem ser identificados em todos os continentes com o aumento das temperaturas, que causam ondas de calor, chuvas e elevação do nível do mar.
Cientistas dizem que a frequência de alguns eventos climáticos extremos está aumentando, mas que é difícil vincular a mudança do clima a fenômenos climáticos individuais. Este ano pode ser um dos mais quentes já registrados.
"As vítimas continuam sendo as vítimas", disse o representante das Filipinas, Heherson Alvarez, sobre o ranking, em que os primeiros lugares são dominados por nações em desenvolvimento.
O estudo do Germanwatch é baseado em número de mortes por condições meteorológicas extremas, mortes por 100.000 habitantes, perdas econômicas absolutas e perdas em porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB).
Representantes de quase 200 países estão reunidos na capital peruana para trabalhar em um acordo, previsto para ser aprovado em Paris no fim de 2015, para combater as mudanças climáticas.