Por Koh Gui Qing
PEQUIM (Reuters) - O setor industrial da China inesperadamente encolheu pela primeira vez em quase dois anos e meio em janeiro e as empresas vêem mais dificuldades à frente, mostrou uma pesquisa oficial, elevando as expectativas de que sejam tomadas mais medidas para evitar uma desaceleração mais acentuada.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial do país caiu para 49,8 em janeiro, informou o Departamento Nacional de Estatísticas neste domingo, nível visto pela última vez em setembro de 2012 e abaixo de 50 pontos, que separa crescimento de contração em uma base mensal.
A leitura de dezembro foi de 50,1 e uma pesquisa da Reuters via um resultado melhor para janeiro, de 50,2. Apenas um dos 11 economistas na pesquisa previu uma contração de janeiro.
A maioria dos índices do PMI "mostrou uma tendência de queda, indicando que o crescimento econômico atual ainda está em uma tendência de baixa", disse Zhang Liqun, um economista do Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento, um think-tank do Estado.
Alguns economistas disseram que a leitura de janeiro foi especialmente pessimista, uma vez que ela sugeriu que as fábricas não aproveitaram um avanço usual nos negócios antes de feriado anual do Festival da Primavera da China, que cai em meados de fevereiro deste ano.
O fraco dado do PMI oficial de janeiro alimentou apostas de que mais fexibilização da política monetária estejam a caminho na segunda maior economia do mundo.
"A China ainda precisa de crescimento decente para abrir 100 milhões de novos postos de trabalho este ano, além disso, a China está entrando em um processo de desinflação rápida", disseram os economistas da ANZ em nota a clientes.
ENFRAQUECIMENTO EM SERVIÇOS
O PMI oficial de serviços, também divulgado neste domingo, mostrou que o crescimento no setor desacelerou para o menor em um ano em janeiro.
O PMI oficial de serviços caiu para 53,7, o menor nível desde janeiro de 2014, após a leitura de 54,1 em dezembro.