LONDRES (Thomson Reuters Foundation) - A atriz Angelina Jolie espera que o primeiro centro acadêmico da Grã-Bretanha dedicado a estudos sobre mulheres, paz e segurança beneficie milhões de meninas, como uma adolescente iraquiana que ela conheceu que foi mantida escrava sexual pelo Estado Islâmico.
Ao inaugurar nesta terça-feira o centro na London School of Economics, o primeiro do tipo, Jolie lembrou da menina de 13 anos com quem conversou no Iraque há três semanas e que foi mantida em cativeiro por militantes do Estado Islâmico e repetidamente estuprada.
A menina pode nunca terminar seus estudos, se casar ou ter filhos porque o estupro é considerado vergonhoso em sua sociedade, disse Jolie.
"Não há futuro estável num mundo em que os crimes cometidos contra as mulheres fiquem impunes; em que as jovens são incapazes de atingir seu potencial, em que as crianças veem suas mães sendo desrespeitadas, violentadas e assassinadas", disse Jolie.
"Onde é considerado aceitável um marido rejeitar sua esposa e mãe de seus filhos porque ela foi estuprada, ou normal para uma mulher ser forçada a casar com seu estuprador."
A atriz, que estava acompanhada do ex-secretário das Relações Exteriores William Hague, espera que a pesquisa feita pelo centro produza dados concretos sobre a violência sexual na guerra e encontre formas de acabar com a impunidade para os crimes que ocorrem em zonas de guerra.
Jolie e Hague organizaram uma cúpula mundial sobre a violência sexual em conflitos no ano passado para pressionar em favor dos direitos das vítimas.
(Reportagem de Katie Nguyen) 2015-02-10T193002Z_1006940001_LYNXMPEB190WC_RTROPTP_1_MUNDO-GENTE-JOLIE-GUERRAS.JPG