Por David Milliken e William Schomberg
LONDRES (Reuters) - O banco central britânico disse que espera crescimento mais forte apoiado em preços mais baixos de petróleo, mas que vê pouca necessidade de elevar as taxas de juros neste ano e pode inclusive cortá-las se a inflação se mostrar mais fraca que o esperado, mostraram novas projeções nesta quinta-feira.
O presidente do Banco da Inglaterra, Mark Carney, disse esperar que a inflação caía para menos de zero nos próximos meses devido ao petróleo fraco, mas reiterou que isso por si só não significa que a economia entrou em deflação.
A inflação atingirá a meta de 2 por cento do banco central em cerca de dois anos, segundo o Banco da Inglaterra, mais cedo do que a instituição esperava há três meses.
"(É) apropriado fazer a inflação retornar à meta o mais rápido possível depois que os efeitos dos movimentos nos preços de alimentos e energia diminuirem", disse Carney em declarações após a divulgação das projeções do banco central.
O relatório trimestral de inflação foi no geral positivo, com a economia perto de operar novamente a plena capacidade.
"O Reino Unido não está passando por 'deflação'", disse Carney numa carta ao ministro das Finanças, George Osborne, explicando a diferença entre a inflação - que ficou em 0,5 por cento na leitura mais recente - e a meta de 2 por cento do banco central.
No entanto, caso a atividade mundial enfraqueça e exista risco da Grã-Bretanha entrar num ciclo vicioso de queda no preços, o Banco da Inglaterra disse que está pronto para cortar juros, seguindo os passos de outros bancos centrais.
"O Comitê de Política Monetária está de prontidão para tomar qualquer atitude que seja necessária, conforme os acontecimentos se desenrolem, para assegurar que a inflação continue com probabilidade de retornar à meta num tempo adequado", disse Carney.