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Espresso Financista: Mercado segue Temer e vê Dilma perto do fim

Publicado 02.05.2016, 08:38
Atualizado 02.05.2016, 08:50
© Reuters.  Espresso Financista: Mercado segue Temer e vê Dilma perto do fim
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Rumor de que Dilma Rousseff quer antecipar eleições para outubro ganha força (Lula Marques/Agência PT)

SÃO PAULO - Bom dia! Aqui está a sua dose diária do Espresso Financista™:

Apito inicial

A movimentação de Michel Temer para garantir governabilidade e retomada do crescimento econômico em uma eventual Presidência segue no radar dos mercados nesta segunda-feira (2), enquanto o rumor de que Dilma Rousseff quer antecipar eleições para outubro ganha força.

Segundo informação do jornal O Globo, a presidente deve enviar ao Congresso uma proposta de emenda constitucional que estabelece novas eleições para outubro desse ano. A cartada final da petista não é consenso entre ministros e tem resistência de movimentos sociais.

Para a equipe de Temer chegou a informação de que, na sexta-feira (6), Dilma fará um pronunciamento no rádio e na televisão para lançar a proposta de eleição direta. A presidente renunciaria e pediria que Temer fizesse o mesmo. A reação de Temer teria sido taxativa: a chance de ele aceitar é nula.

Enquanto isso, o vice-presidente tenta garantir que o PT não seja um empecilho em sua governabilidade. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, Temer deve procurar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assim que o processo de impeachment de Dilma seja admitido pelo Senado.

Temer tem dito que a ajuda do PT “seria de extrema importância” para fornecer estabilidade à nova gestão, uma vez que Lula poderia acalmar a pressão das ruas. Além disso, o petista teria dificuldade para criticar as propostas econômicas do vice, já que ele defendia Henrique Meirelles na Fazenda há bastante tempo.

No campo econômico, Temer afastou a possibilidade de que ocorra um aumento dos impostos em seu possível mandato. Entretanto, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, interlocutores não descartam, em um segundo momento, nem mesmo a volta da CPMF para ajudar a reequilibrar as contas do governo. A avaliação é que não será possível evitar o rombo fiscal apenas com corte de despesas.

Quanto ao juro básico, recentemente mantido em 14,25% pela diretoria atual do Banco Central, a estratégia de Temer é priorizar medidas que acelerem os cortes na Selic por meio da sinalização de que a trajetória da dívida no médio prazo será de queda.

Nos mercados internacionais, as bolsas asiáticas recuaram pressionadas pelo tombo de mais de 3% no índice Nikkei, de Tóquio. Os mercados de Hong Kong, China, Taiwan, Malásia e Cingapura não abriram nesta segunda-feira.

No mercado de câmbio, o Banco Central volta a intervir nos negócios na tentativa de elevar a moeda acima de R$ 3,50. Serão ofertados 40 mil contratos de swap reverso – equivalente a uma compra futura de dólares – em leilão entre 9h30 e 9h40.

As bolsas europeias operam em alta após indicadores de atividades não trazerem surpresas. O preço do petróleo recua.

Essa política cambial deve ser ainda mais forte em um eventual governo Temer. O vice disse que vai tentar evitar uma desvalorização maior do dólar, segundo o jornal Folha de S.Paulo.

Na visão dele, a moeda norte-americana “está caindo muito” e pode afetar negativamente as exportações do país, que seriam uma das alavancas para a retomada do crescimento econômico.

O poder e a economia

Focus - O mercado aposta em juros ainda menores em 2017 do que na semana passada. A projeção foi revisada de 12% para 11,75% em 2017, segundo os economistas consultados pelo BC (Banco Central) para o Boletim Focus. Para 2016, a estimativa foi mantida em 13,25%.

FHC - Em entrevista ao programam Canal Livre da Band que vai ao ar na madrugada de hoje, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que o também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está “enterrando” sua história e que hoje ele “perdeu um pouco o rumo”, o que é ruim para o país segundo FHC. Sobre a presidente Dilma Rousseff, o tucano disse que ela também estragou sua história e mostrou que não tem mais capacidade de governar o país. Sobre o apoio do PSDB em um eventual governo do vice-presidente Michel Temer, FHC disse: “Vai participar e vai ter apoio”. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.

Meirelles - Escolhido pelo vice-presidente para comandar a economia, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles está definindo nomes justamente para a presidência do BC e para o comando dos bancos oficiais - Banco do Brasil (SA:BBAS3), BNDES e Caixa Econômica Federal. Nesta segunda-feira, 2, Meirelles deverá se reunir com o senador Romero Jucá (PMDB-RR), indicado para o Ministério do Planejamento, e um dos principais interlocutores de Temer. Meirelles apresentou a Temer quatro nomes para o BC: Carlos Kawall, ex-secretário do Tesouro Nacional, Ilan Goldfajn, Afonso Bevilaqua e Mário Mesquita. Os três últimos ex-diretores do BC.

Para a equipe do Ministério da Fazenda, um dos cotados é o ex-diretor do BC Carlos Hamilton, que é diretor da J&F, que controla a JBS. Meirelles é presidente do conselho consultivo da J&F. A orientação do vice-presidente é de que a equipe do BC tenha sintonia e com a do Ministério da Fazenda. Interlocutores do vice afirmam que não é intenção no momento discutir a independência operacional do Banco Central, que manterá a autonomia para decidir os rumos da política monetária. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Publicidade - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu ontem (1º) à noite, em decisão liminar, parte da Medida Provisória 772/2016, que abre crédito extraordinário para a Presidência da República e o Ministério do Esporte, no valor de R$ 180 milhões.

Lula - As relações de Luiz Inácio Lula da Silva com a OAS, uma das maiores empreiteiras do país, vêm de muito antes de ser eleito presidente da República, em 2002. De acordo com Zuleido Veras, dono da construtora Gautama, o ex-sindicalista e maior líder do PT já recebia dinheiro da OAS desde os anos 80.

Ministérios - Michel Temer nem sequer sentou na cadeira da Presidência, e já sente a cobrança para dividir o poder. Diante da pressão de partidos que desejam se aliar ao seu eventual governo, o vice-presidente já admite um corte menor no número de ministérios. Temer gostaria de governar com, no máximo, 22 pastas. Agora, já pensa em 26 e, ainda assim, não está convicto de que contentará todos os aliados.

O que acontece no mundo corporativo

Crédito - Os resultados do Bradesco (SA:BBDC4) e do Santander Brasil (SA:SANB11) no primeiro trimestre confirmaram as expectativas de um cenário mais desafiador para os grandes bancos no País, com calotes crescentes e encolhimento dos empréstimos. A demanda ainda mais fraca associada à desvalorização do dólar, que fechou março em R$ 3,59, influenciado pelo contexto político no País, contribuiu para que as carteiras diminuíssem até mesmo no comparativo anual.

Banda Larga - O ministro das Comunicações, André Figueiredo, revelou que o governo vai anunciar uma nova versão do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Com o nome de "Brasil Inteligente", o projeto deve ser anunciado em uma cerimônia em Brasília na próxima quinta-feira, 5, com a presença da presidente Dilma Rousseff. O programa prevê investimentos do governo federal de R$ 9 bilhões. As informações foram reveladas por Figueiredo ontem durante visita ao Estado.

Pedindo água - A Sete Brasil protocolou nesta sexta-feira pedido de proteção judicial contra credores, afirmou à Reuters uma fonte com conhecimento direto do assunto, no que deve ser o maior processo de reorganização judicial de uma companhia já realizado no Brasil. O pedido de recuperação foi apresentado no Rio de Janeiro, onde a Sete Brasil está sediada, e vem após meses de disputas com a Petrobras (SA:PETR4), sua única cliente conhecida, e dívidas crescentes.

Concluído - A Gerdau (SA:GGBR4) concluiu a transferência de 30 milhões de suas ações preferenciais que estavam em tesouraria para a ArcelorMittal. Segundo a Gerdau, a medida faz parte do processo de simplificação e unificação de participações em subsidiárias no Brasil, que incluiu a compra de fatias minoritárias nas empresas Gerdau Aços Longos, Gerdau Açominas, Gerdau Aços Especiais e Gerdau América Latina Participações, anunciado no ano passado.

Chances renovadas - As chinesas State Grid e Three Gorges e a italiana Enel (MI:ENEI) apresentaram propostas competindo por uma fatia de 16% na Renova Energia (SA:RNEW11), a empresa de geração renovável controlada pela Cemig (SA:CMIG4) que tem buscado recursos para tocar investimentos, após o fracasso de uma operação de parceria e venda de ativos com a norte-americana SunEdison.

Hora de repartir 1 – A Valid vai distribuir R$ 16 milhões em dividendos, equivalentes ao valor bruto de 24,8 centavos por ação. O pagamento ocorrerá em 31 de maio, com base na posição acionária desta sexta-feira (29).

Hora de repartir 2 – A Arezzo (SA:ARZZ3) também aprovou a distribuição de R$ 18,7 milhões em dividendos, equivalentes ao valor bruto de 21 centavos por papel. O dinheiro será depositado até 20 de maio, com base na posição de cada acionista nesta sexta-feira (29).

Hora de repartir 3 – A CPFL vai pagar R$ 205 milhões em dividendos, ou 20,7 centavos por ação. A referência será a posição acionária nesta sexta-feira (29), com pagamento previsto para 1º de julho.

Hora de repartir 4 – Os acionistas da Eztec (SA:EZTC3) aprovaram uma capitalização de R$ 137 milhões. Os recursos sairão da reserva de lucros e serão representados pela emissão de 7,9 milhões de novas ações ordinárias. Com isso, cada acionista receberá uma bonificação equivalente a cinco novos papéis, para cada lote de 100 que já detenham. O cálculo será baseado na posição acionária de cada um nesta sexta-feira (29).

Comprar ou vender

Vale é elevada de manutenção para compra por BB&T, segundo a Bloomberg News.

Barbada - Uma eventual fusão da Via Varejo (SA:VVAR11) com a Cnova pode elevar o preço-alvo das ações preferenciais do Grupo Pão de Açúcar (SA:PCAR4) dos atuais R$ 74 para R$ 88,20 por papel, segundo o banco suíço UBS, que recomenda a compra das ações. Segundo o banco, as chances de o preço-alvo da empresa ser elevado são de quatro para um.

Vale mais - Após a divulgação do resultado da Vale do primeiro trimestre, a equipe de análise do BB Investimentos elevou o preço-alvo para as ações preferenciais classe A da mineradora (VALE5 (SA:VALE5)), de R$ 11,40 para R$ 18,50, com recomendação de "market perform" (expectativa de desempenho em linha com a média do mercado).

Para comentar mais tarde

Para multiplicar patrimônio, a hora de aplicar na Bolsa é agora, dizem especialistas. Compre no boato e venda no fato. Foi o que os investidores fizeram no rali do impeachment enquanto o processo pedindo o afastamento da presidente Dilma Rousseff avançava na Câmara dos Deputados. Leia mais na reportagem de Thais Folego, de O Financista.

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