Washington, 25 out (EFE).- O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, disse nesta quinta-feira que as Forças Armadas americanas não agiram rapidamente para repelir o ataque contra o consulado de Benghazi (Líbia), no qual morreram quatro americanos, porque careciam de informação de inteligência adequada.
"Tínhamos pelotões rápidos na região. Tínhamos embarcações que havíamos desdobrado fora da Líbia. E estávamos preparados para responder a qualquer contingência", disse Panetta em entrevista coletiva no Pentágono junto com o Chefe do Estado-Maior Conjunto, o general Martin Dempsey.
O secretário explicou que as tropas americanas no mundo todo estavam alertas por tratar-se do aniversário do 11 de setembro, mas ressaltou que o ataque aconteceu tão rápido que não tiveram "a oportunidade de saber realmente o que estava acontecendo".
Panetta argumentou que "o princípio básico é que não se desdobra forças em direção ao perigo sem saber o que está acontecendo, sem ter informação em tempo real sobre o que está ocorrendo".
"E como resultado de não ter esse tipo de informação, o comandante nessa região, o general (Carter) Ham - chefe do Comando da África (Africom) -, o general Dempsey e eu tínhamos muito claro que não podíamos pôr em risco as forças nessa situação", acrescentou.
O ataque no qual morreu o embaixador Chris Stevens e outros três americanos quando um grupo de homens armados entrou no consulado dos EUA em Benghazi causou tensões entre republicanos e democratas a duas semanas das eleições.
Os republicanos assinalam a discordância nas explicações que membros do governo deram após o ataque, que inicialmente atribuíram o fato a uma reação violenta espontânea pela publicação de um vídeo que ridicularizava o Islã, em vez da um ataque terrorista.
A Casa Branca justificou essas mudanças de versão como o resultado natural da evolução da informação de inteligência que foi recebendo, mas os republicanos acusam o governo de "enganar" o povo americano e de ter demorado demais em admitir que foi "um ataque terrorista".
Vários senadores republicanos enviaram uma carta ao presidente Barack Obama pedindo que esclareça por que não aumentaram as medidas de segurança no consulado de Benghazi, após dois ataques prévios em abril e em junho. EF