São Paulo, 6 mar (EFE).- O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira, com condições, a fusão entre as companhias aéreas Azul e Trip Linhas Aéreas, que juntas se consolidarão como a terceira empresa de aviação do país.
O Cade detalhou em comunicado que a "associação" entre as companhias aéreas recebeu o aval do tribunal do órgão, que considerou que as companhias juntas dispõem de "melhores condições para competir com os líderes do mercado nacional de aviação civil, TAM e Gol".
No entanto, a aprovação está condicionada à assinatura de um compromisso que põe fim ao acordo de compartilhamento de voos (code share) entre Trip e TAM.
De acordo com o Cade, o fim do acordo entre essas duas companhias aéreas é necessário para que as empresas se transformem em concorrentes.
"Com a aprovação das operações nos termos colocados pelo Cade, as três empresas (Azul-Trip, Gol e TAM) passam a concorrer entre si em todas as rotas do Brasil", afirmou o relator do caso, Ricardo Ruiz, citado na nota.
Além disso, o órgão também impôs a condição de que a Azul-Trip opere com eficiência mínima de 85% nos slots (horários de pouso e decolagem) no aeroporto Santos Dumont (Rio de Janeiro).
Após o anúncio do Cade, as companhias aéreas disseram que a decisão permitirá a completa integração de suas operações, unindo suas frotas, redes aéreas e estruturas organizacionais sob uma única marca, que será a Azul.
"Estamos trabalhando para fazer nossa malha aérea ainda mais robusta e ampla, com novos voos, rotas e frequências em todas as capitais e regiões do país", garantiu o presidente-executivo da Azul, David Neelman.
A Trip e a Azul anunciaram um acordo de associação para integrar suas operações no dia 28 de maio de 2012 e estavam à espera da decisão do Cade.
As duas companhias operam em 102 destinos no país, têm um total de 9 mil funcionários e uma frota de 118 aeronaves.
Segundo os dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as duas empresas concentram 16,4% do mercado interno e 29,7% das decolagens em território nacional. EFE