SYDNEY (Reuters) - O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, se tornou nesta sexta-feira o primeiro líder do país a visitar a cidade australiana de Darwin, desde que a área foi bombardeada por forças japonesas durante a Segunda Guerra Mundial, enfatizando a força de sua crucial aliança.
Abe e o premiê australiano, Scott Morrison, depositaram coroas de flores no Cenotáfio, o memorial de guerra de Darwin, e fizeram um minuto de silêncio para homenagear às vítimas do conflito e fortalecer um laço que tem evoluído durante as décadas após a guerra.
"Reconhecemos nossa história e relembramos nosso sacrifício e perdas hoje, mas é importante dizer que fortalecemos nosso ótimo relacionamento de bons amigos e ótimos parceiros", disse Morrison.
"Reconhecemos o relacionamento estratégico especial baseado não somente em nossos valores comuns profundos, mas em nossas crenças profundamente preservadas".
Os líderes das duas nações reafirmaram seu laço estratégico e se comprometeram a investir em infraestrutura no Pacífico e no sul do subcontinente --uma reação à influência crescente da China, que intensificou a concessão de empréstimos como parte de sua iniciativa Cinturão e Rota.
Os dois ainda ressaltaram seu compromisso com o livre comércio e com a desnuclearização da península coreana ao lembrar os soldados perdidos em batalha.
Dois meses após o ataque japonês à base naval norte-americana de Pearl Harbor, em dezembro de 1941, a Força Aérea do Japão começou a bombardear a cidade portuária do norte da Austrália, a primeira vez em que o conflito global chegou ao solo australiano.
Os primeiros dois ataques do dia 19 de fevereiro de 1942 mataram cerca de 250 pessoas, segundo o Memorial de Guerra Australiano. Navios, aeronaves e instalações civis e militares foram destruídos.
Houve outros 62 ataques japoneses até novembro de 1943, mas o Memorial de Guerra informa que nenhum foi tão intenso quanto os dois primeiros, e a maioria não deixou danos ou vítimas.
A visita de Abe também assinalou o início das exportações do projeto de gás Ichthys, que custou 40 bilhões de dólares, um dos maiores investimentos externos da história do Japão.
Os laços entre a Austrália e o Japão melhoraram continuamente a partir dos anos 1950, o que inclui um "pacto de segurança conjunta" de 2007 sobre a coordenação de questões ligadas à segurança marítima e aérea.
Um acordo de livre comércio regional de 13,5 trilhões de dólares entre Austrália, Japão e nove outros países entra em vigor no próximo mês.
(Por Byron Kaye; reportagem adicional de Melanie Burton e Sonali Paul em Melbourne e Karishma Luthriain em Sydney)