SÃO PAULO (Reuters) - A balança comercial brasileira registrou superávit de 10,592 bilhões de dólares em junho, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados nesta segunda-feira, com exportações de 30,094 bilhões de dólares e importações de 19,502 bilhões de dólares.
Pesquisa da Reuters com economistas apontava expectativa de saldo positivo de 9,9 bilhões de dólares para o período.
A Secex, que está ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), também atualizou sua projeção para o saldo da balança comercial em 2023, para um superávit de 84,7 bilhões de dólares, ante superávit de 84,1 bilhões de dólares no cálculo anterior.
A secretaria projeta exportações de 330,0 bilhões de dólares no ano e importações de 245,2 bilhões de dólares.
A projeção de 84,7 bilhões de dólares da Secex para o saldo comercial em 2023 contrasta com a previsão de 54 bilhões de dólares calculada pelo Banco Central, conforme o último Relatório de Inflação.
Questionado a respeito da diferença nas projeções, o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Alves Brandão, afirmou durante coletiva de imprensa que isso ocorre em função das metodologias utilizadas.
"Eles seguem uma metodologia diferente da nossa. A gente mede bens com transposição de fronteiras, e o BC considera os bens com troca de propriedade", explicou Brandão.
Segundo ele, a Secex utiliza a metodologia da ONU, enquanto o BC está alinhado à metodologia do Fundo Monetário Internacional (FMI), que inclusive leva em conta fatores como a importação de criptomoedas e de plataformas de petróleo.
"O BC parte de premissas diferentes para fazer suas projeções", resumiu.
ACUMULADO DO ANO
Os dados da Secex mostraram ainda que o saldo comercial acumulado no primeiro semestre de 2023 foi de 45,5 bilhões de dólares, valor 32,9% superior ao verificado no primeiro semestre do ano passado.
O desempenho foi resultado de exportações de 166,2 bilhões de dólares, contra importações de 120,6 bilhões de dólares.
Conforme Brandão, as exportações foram recorde para o período, de acordo com série histórica que tem início em 1989. A soja foi um dos destaques da pauta no semestre, com exportações de 33,474 bilhões de dólares.
(Por Fabrício de Castro)