PEQUIM (Reuters) - Corporações e bilionários da China têm ficado para trás em contribuições para o combate ao surto de Ebola na África Ocidental, apesar de vastos laços econômicos do país com a região, disse o Programa Mundial de Alimentos, agência da ONU, nesta segunda-feira.
O surto de Ebola na África Ocidental, o pior já registrado até hoje, já matou mais de 4.000 pessoas. A China contribuiu com cerca de 40 milhões de dólares em ajuda para combater a doença, incluindo 6 milhões de dólares para o Programa Mundial de Alimentos.
Cerca de 1 milhão de cidadãos chineses vivem na África, sendo cerca de 10.000 em Serra Leoa, Guiné e Libéria, os países mais afetados pelo surto do Ebola.
"Onde estão os bilionários chineses e seu potencial impacto? Por que este é o momento em que eles poderiam realmente ter um grande impacto", disse Brett Rierson, representante da organização na China, em uma coletiva.
"Você pode perguntar o mesmo ao setor empresarial (chinês), que é o maior investidor na África Ocidental no momento."
A Sihuan Pharmaceutical Group Holdings Ltd., fabricante chinesa de medicamentos que tem ligações com os militares, enviou à África vários milhares de doses de uma droga experimental contra o Ebola e está planejando testes clínicos lá.
A China também mandou centenas de trabalhadores da área humanitária para a África para ajudar na assistência às vítimas.
Dudley Thomas, o embaixador da Libéria na China, disse à Reuters que seu país conseguiu uma doação de 100.000 dólares de uma grande empresa de construção chinesa, que tem projetos no país, mas pouca coisa além disso.
De acordo com Mao Qun'an, porta-voz da Comissão Nacional de Saúde e Planejamento Familiar da China, além de enviar ajuda aos países afetados, a China tem treinado médicos em hospitais públicos no tratamento dos casos de Ebola.