É preciso reduzir hiato do produto e desacelerar economia para levar inflação à meta do BC, diz Guillen

Publicado 07.03.2025, 14:17
Atualizado 07.03.2025, 15:00
© Reuters. Sede do Banco Central em Brasílian18/12/2024nREUTERS/Adriano Machado

SÃO PAULO (Reuters) - O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, afirmou nesta sexta-feira que é necessário reduzir o hiato do produto e desacelerar a economia brasileira para levar a inflação em direção à meta perseguida pela instituição, de 3%.

Em evento promovido pelo Banco de Portugal em Lisboa, Guillen afirmou que a autoridade monetária vê o hiato do produto como positivo no Brasil, mas com potencial de se tornar negativo em seis trimestres.

O hiato do produto representa a diferença entre o Produto Interno Bruto (PIB) do país e seu PIB potencial. Assim, um hiato positivo traz pressões inflacionárias para a economia.

O centro da meta de inflação perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. O dado mais recente da inflação oficial, medida pelo IPCA, indicou alta de preços acumulada de 4,56% nos 12 meses até janeiro.

Para reconduzir a inflação à meta, o BC está em um ciclo de elevação da taxa básica Selic, hoje em 13,25% ao ano.

Em sua apresentação, Guillen pontuou que o cenário prospectivo do BC pressupõe uma desaceleração da atividade econômica no Brasil, fator visto como parte do "processo de transmissão da política monetária e elemento necessário para convergência da inflação à meta".

Guillen lembrou em sua fala que o BC está atualmente em um ciclo de aperto monetário e que a meta de inflação perseguida é de 3%. Ele também reforçou o desconforto do BC com as expectativas de inflação, que seguem desancoradas.

Ao tratar do PIB brasileiro, Guillen destacou que os dados referentes a 2024, divulgados mais cedo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vieram um pouco mais fracos que o esperado, com consumo das famílias também abaixo, sugerindo moderação nesta rubrica.

Conforme o IBGE, o Brasil cresceu 3,4% em 2024, abaixo da expectativa de 3,5% do governo. Além disso, houve expansão de 0,2% no quarto trimestre de 2024 ante o terceiro trimestre, contra previsão em pesquisa da Reuters de alta de 0,5%.

Guillen pontuou ainda que os dados mais recentes dão sinais de que "alguma moderação" no mercado de trabalho pode estar começando, mas defendeu cautela na análise dos números.

(Reportagem de Fabrício de Castro e Victor Borges)

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