LOS YUNGAS, Bolívia (Reuters) - A decisão da Bolívia de abrir uma rota alternativa para sua histórica "Estrada da Morte" --um caminho sinuoso de terra pelas imponentes colinas dos Andes conhecido por seus penhascos mortais-- levou ao ressurgimento da vida selvagem na região, de acordo com um grupo ambientalista.
A rota já foi uma estrada importante frequentada por caminhões pesados ligando a capital da Bolívia, La Paz, à floresta amazônica do país. Mas sua letalidade lhe rendeu o apelido de "Estrada da Morte". Entre 1999 e 2003, centenas de bolivianos morreram no local.
Em 2007, a Bolívia abriu uma rota alternativa, deixando a estrada original como uma atração principalmente para os ciclistas. Isso não apenas salvou vidas, mas também ajudou a natureza, segundo um novo estudo da Wildlife Conservation Society (WCS).
“A fauna, quando essa estrada ainda funcionava, estava sendo afetada pela poluição que os veículos geravam, o barulho e a poeira”, disse Maria Viscarra, bióloga que participou do estudo.
A WCS montou 35 armadilhas fotográficas ao longo do percurso e encontrou 16 espécies de mamíferos e 94 espécies de aves silvestres.
"Hoje, caminhões pesados de transporte não passam mais por essa estrada. A biodiversidade voltou para a área e você pode ver pássaros como beija-flores, tucanos, papagaios", disse Guido Ayala, biólogo da WCF.
Embora a estrada não seja mais usada por muitos motoristas, a rota ainda é pontilhada de cruzes, uma forma de lembrar aqueles que morreram em seu caminho.
"É muito bom termos um lugar perto de La Paz, a cerca de 50 minutos, onde se pode vir e ver a natureza de uma maneira bonita", acrescentou Ayala.
(Reportagem da Reuters TV em Los Yungas)