Nicósia, 29 mar (EFE).- O presidente do Chipre, Nikos Anastasiadis, negou categoricamente nesta sexta-feira a saída de seu país da zona do euro, como sugerido por alguns políticos e círculos financeiros.
"Não temos nenhuma intenção de sair do euro", disse Anastasiadis na conferência anual do sindicato de funcionários públicos.
O presidente ressaltou que o que o Chipre deve fazer agora é promover reformas para reduzir drasticamente os gastos públicos. Isso não significa, segundo ele, que seja preciso reduzir salários.
Anastasiadis disse que há um mês, quando assumiu o cargo, herdou "um Estado em falência" e que, desde então, o novo governo se esforçou para garantir a subsistência da economia.
Durante nove meses, ainda de acordo com o governante, se sabia que o Banco Popular (Laiki) estava em quebra, e foi adiada a tomada de decisões para o novo governo, tudo isso apesar de a dívida do banco ter alcançado 11 bilhões de euros.
Um dos acordos fechados com a 'troika' (Comissão Europeia, Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional) sobre a reestruturação do setor bancário cipriota previa o fechamento do Banco Popular.
Anastasiadis respondeu assim às perguntas sobre se o Chipre deve buscar soluções fora da 'troika' e da zona do euro, já que sua economia depende em grande medida do setor bancário.
O presidente do Parlamento, o social-democrata Yannakis Omiru, insistiu hoje que o Chipre não deve permitir que a troika lhe ponha "algemas".
Apesar sua posição como presidente do Parlamento, Omiru fez nos últimos dias duros ataques contra o acordo alcançado entre o governo de Anastasiadis e o Eurogrupo, que prevê uma ampla reestruturação do setor bancário em troca do resgate financeiro do país.
De acordo com Omiru, o acordo contribui para o risco de que a economia cipriota caia em um círculo vicioso de recessão, desemprego, fechamento de empresas, pobreza e miséria social. EFE