Rio de Janeiro, 4 set (EFE).- A produção industrial do Brasil caiu 0,2% no mês de setembro em comparação com agosto, resultado que pôs fim a dois meses consecutivos de recuperação e que elevou a queda acumulada no ano a 2,9%, informou o governo nesta terça-feira.
A produção das fábricas brasileiras caiu 2,6% no primeiro semestre e parecia se encaminhar para uma recuperação na segunda metade de 2014, com ligeiros aumentos em julho e em agosto.
Em setembro, no entanto, a fabricação não apenas caiu 0,2% na comparação com agosto como também 2,1% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
A queda de setembro frente ao mesmo mês do ano passado foi a sétima consecutiva neste tipo de comparação.
A produção nos nove primeiros meses de 2014 resultou uma queda acumulada de 2,9%. Nos últimos 12 meses até setembro, a indústria apresentou um descenso de 2,2%, o pior resultado para um ano desde o acumulado em dezembro de 2012, que foi de -2,3%.
O mau desempenho da indústria, o setor mais afetado no país pela crise internacional e que também sofre com a redução das vendas internas, é apontado como um dos principais responsáveis pela desaceleração da economia brasileira neste ano.
De acordo com os economistas do mercado financeiro, a economia do Brasil crescerá apenas 0,24% em 2014, muito abaixo da expansão de 2,3% atingida em 2013 e até mesmo do crescimento de 1% registrado em 2012.
Além de uma menor demanda externa e interna, a indústria é afetada pelas elevadas taxas de juros, que encareceram o crédito no Brasil, e pela queda da confiança dos empresários na economia do país.
Segundo o IBGE, dos 24 setores industriais analisados, sete registraram queda da produção em setembro em relação ao mês anterior.
Os setores em que a fabricação mais se contraiu em setembro foram os de alimentos, com queda de 4,1%, derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,3%), produtos de metal (-2,6%) e equipamentos de transporte (-2,7%).
Entre os setores que registraram aumento da produção entre agosto e setembro se destacaram os de veículos automotores, com uma expansão de 10,1%, produtos farmacêuticos e farmoquímicos (10,1%), produtos de borracha e plásticos (4,6%) e perfumaria, detergentes e produtos de beleza (2,3%).