Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - A preocupação com a inflação nos Estados Unidos deve permanecer ao longo de 2022, segundo o Inter. O Banco espera que haja uma lenta desaceleração nos próximos meses, mas o indicador ainda deve terminar o ano acima da meta. Isso fará com que o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, adote uma postura mais austera.
Nos últimos 12 meses terminados em novembro, o núcleo de inflação dos EUA, na métrica do PCE, acumulou 4,7%. Esse valor é mais do que o dobro da meta de 2021, que é de 2%. Esse aumento está relacionado com os gargalos na economia americana, com a escassez de insumos e aumento dos atrasos e dos custos de produção.
Para os próximos meses, o setor de serviços deve apresentar uma inflação acima do setor de bens, já que o seu custo tende a ser mais sensível ao custo elevado de mão de obra, explica o Inter. Os bens, por outro lado, devem manter uma paridade com o preço internacional, com as empresas ajustando as suas margens no lado da oferta.
Com esse cenário, o Inter espera que o Fed tenha um discurso mais hawkish e intensifique a contração monetária, com a redução do balanço e o aumento dos juros. Isso fará com que países com fundamentos externos mais frágeis possam apresentar um pior desempenho relativo.
A interpretação do Inter veio após a reunião do Fed que aconteceu esta semana. Segundo o comunicado publicado pela autoridade monetária americana, haverá uma alta nos juros no curto prazo, o que o Inter acredita que deve acontecer na próxima reunião dos dias 15 e 16 de março.
O Fed também anunciou que aumentará seu balanço com compras de US$ 20 bilhões em títulos do tesouro e US$ 10 bilhões em ativos ligados a hipotecas. A partir de março, o ritmo de aquisições será zerado e a redução do balanço deve iniciar no segundo semestre.