Galípolo se posiciona contra alta em IOF para apoiar arrecadação e "louva" recuo de Haddad em medida

Publicado 23.05.2025, 15:06
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BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta sexta-feira que o governo deve ser louvado por ter suprimido com agilidade parte da medida que estabelecia um aumento no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), e se posicionou contra o uso desse mecanismo para ajudar a política fiscal.

"Cabe a todos nós reconhecer a tempestividade e a agilidade com que o ministério da Fazenda atuou", disse Galípolo em seminário promovido pela Fundação Getulio Vargas, destacando que as alterações não causaram dano porque ocorreram com o mercado fechado.

"Todo mundo precisa louvar e reconhecer o ministro (da Fazenda, Fernando Haddad), como bom democrata que é, em poucas horas após o anúncio da medida, ela já estava suprimida. Antes mesmo de o mercado abrir ele já tinha ouvido a sociedade, ouvido os agentes."

A Fazenda recuou na noite de quinta-feira de parte das medidas anunciadas horas antes para elevação do IOF, após pressão do mercado contra as mudanças, que também foram alvo de críticas nos bastidores pelo Banco Central e membros do próprio governo.

Perguntado sobre o tema, o presidente do BC disse que sua "antipatia e resistência" a um aumento de IOF para ampliar receitas decorre do receio de um eventual impacto sobre o câmbio ou fechamento de conta de capital do país.

"Em debates anteriores, em qualquer momento se discutia o IOF como alternativa para persecução da meta, eu, pessoalmente, para usar um eufemismo, nunca tive muita simpatia sobre a ideia, não gostava da ideia", disse.

Ele ponderou ter ficado claro para o mercado que o objetivo do governo era focado em melhorar a situação fiscal e que a medida foi ajustada antes que surgissem maiores problemas.

Galípolo ainda disse não ter sido informado sobre o teor das iniciativas antes da apresentação na quinta, ressaltando que em reunião na terça-feira Haddad informou que anunciaria uma contenção de verbas de ministérios e medidas de arrecadação que apoiariam a política monetária.

Ele acrescentou que Haddad e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, são muito engajados em tentar produzir um debate sobre o tema fiscal, mas muitas vezes estão limitados pela questão política.

Para Galípolo, o governo pode ter uma equipe dedicada a atingir as metas fiscais, mas o canal necessário para fazer cortes ou ajustes nas contas fica obstruído pela necessidade de buscar consensos com uma diversidade de agentes.

"O processo de buscar alcançar as metas para o Ministério da Fazenda é mais complexo, mais desafiador nesse sentido, de você ter necessidade de negociar", afirmou.

LEIA MAIS: BC não deveria fazer movimento brusco nos juros em momento de incerteza, diz Galípolo

(Reportagem de Bernardo Caram, com reportagem adicional de Victor Borges)

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