Macarena Vidal.
Washington, 24 jan (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fará nesta terça-feira um discurso para apresentar um plano que fortaleça a economia e incluirá novos detalhes das propostas para subir os impostos dos mais ricos.
Para ressaltar esta mensagem, o líder, que pronunciará seu discurso no Congresso a partir das 21h no horário local, quis dar um golpe de efeito populista e recrutou a secretária do multimilionário Warren Buffett, Debbie Bosanek, que foi convidada a presenciar o discurso do balcão da primeira-dama, Michelle Obama.
Buffett fez sua secretária ficar famosa ao defender no ano passado que os ricos pagassem mais impostos e ressaltar que as regras fiscais nos Estados Unidos faziam com que, proporcionalmente, sua secretária pagasse muito mais que ele.
Essa proposta passou a ser conhecida como "a regra Buffett" e Obama defende colocá-la em prática para equilibrar as contas públicas.
A questão chamou a atenção perante a polêmica em torno da declaração de impostos do pré-candidato presidencial republicano Mitt Romney, que nesta terça-feira divulgou suas contas dos dois últimos anos fiscais.
O pré-candidato pagou uma média de 14% em impostos nos dois últimos anos, cerca de US$ 6,2 milhões. Já os salários no país contam com uma tributação mais alta e podem chegar a até 35%.
A campanha eleitoral de Obama divulgou neste fim de semana um vídeo no qual o presidente antecipa que em seu discurso no Congresso apresentará um plano econômico que sirva "para todos" e "não apenas para os ricos".
Os republicanos se opõem taxativamente a qualquer medida para aumentar os impostos e bloquearam qualquer tentativa da Administração de elevar a tributação dos mais ricos.
Em seu discurso perante o Congresso, no qual a cada ano o presidente informa sobre a situação do país e estabelece as prioridades legislativas e políticas de seu Governo, Obama deixará um espaço para a política externa, que se tornou o grande ponto forte de seu mandato.
É provável que o governante lembre em seu discurso o fim da Guerra do Iraque em dezembro, uma de suas grandes promessas na campanha de 2008. Também pode lembrar que no ano passado se transformou no presidente que acabou com o líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama Bin Laden.
Para assegurar que sua mensagem seja fixada, Obama deve realizar após seu discurso uma viagem de três dias por cinco estados-chave do país onde repetirá os principais elementos de seu discurso.
O presidente, que buscará a reeleição em novembro, visitará Iowa, Arizona, Nevada, Colorado e Michigan, todos eles estados onde despontam algumas das batalhas eleitorais mais duras. EFE