(Reuters) - O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, abriu a apresentação do Relatório de Inflação nesta quinta-feira chamando a atenção para a falta de recursos que a autarquia tem enfrentado para pesquisa e formulação de projeções.
Em declarações inusuais para um diretor do BC, Guillen também defendeu a valorização das carreiras da instituição, a renovação dos quadros de pessoal e a "redução de assimetrias", comparando em alguns momentos a situação dos servidores da autarquia com os da Receita Federal.
Durante a coletiva de imprensa, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, reforçou os comentários de Guillen. Segundo ele, vários chefes de gabinetes da autarquia têm comunicado dificuldades ligadas ao funcionalismo.
"A gente sente que temos funcionários saindo todo ano, muitas áreas sem concursos", disse Campos Neto. "O BC está pedindo melhorias já há algum tempo. Entendemos que é importante manter o corpo do BC funcionando, trabalhando."
Campos Neto afirmou que tem conversado com o governo a respeito da situação dos funcionários do BC e defendeu a realização de um concurso público.
O governo anunciou este mês a realização este ano de concursos públicos para preencher 4.436 vagas em 20 órgãos do governo, em iniciativa que não contemplou o Banco Central.
"São dez anos sem concursos", acrescentou Guillen. "Alguns dos chefes de departamentos deram exemplos de redução de pessoal. Observamos este ano outras pessoas saindo para outros órgãos do governo", completou.
(Por Isabel Versiani e Fabrício de Castro)