Por Julien Toyer
MADRI (Reuters) - O Partido Popular da Espanha (PP), legenda conservadora do primeiro-ministro, Mariano Rajoy, abriu uma vantagem clara diante de seus adversários em um cenário político imprevisível quatro meses antes da próxima eleição geral, mas parece longe de obter a maioria necessária para governar sozinho.
Uma pesquisa de opinião oficial divulgada nesta quarta-feira mostrou o PP com 28,2 por cento de apoio, à frente do oposicionista Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), com 24,9 por cento – um aumento no índice de ambos em reação à última medição de maio –, enquanto o esquerdista radical Podemos e o centrista Ciudadanos perderam terreno, ficando com 15,7 e 11,1 por cento respectivamente.
Os resultados da pesquisa de larga escala, realizada pelo estatal Centro de Investigação Sociológica, confirmou tanto a tendência à divisão política e a uma maior instabilidade quanto um aumento modesto na aprovação do governo de Rajoy graças à recuperação da economia.
Sem um vencedor claro à vista, e uma votação regional na Catalunha em setembro que deve criar novos cismas, a Espanha ruma para um final de ano inimaginável.
Nas eleições regionais e municipais de maio, os espanhois ignoraram o sistema bipartidário que emergiu no final dos anos 1970, após o final da ditadura de Francisco Franco, abrindo as portas para uma nova e instável era de coalizões e concessões.
A pesquisa mais recente confirmou que até um terço do eleitorado apoia legendas recém-criadas como Podemos, Ciudadanos e outros grupos dissidentes, e que estão dando as costas aos tradicionais e predominantes PP e PSOE, abalados pela corrupção e vistos como responsáveis pela pior crise econômica em décadas.