Por Sarah Young
LONDRES (Reuters) - As quatro cópias originais sobreviventes da Magna Carta, o tratado assinado na Inglaterra segundo o qual ninguém encontra-se acima da lei, foram colocadas juntas em exposição pela primeira vez, no Museu Britânico, em Londres, nesta segunda-feira.
Apenas 1.215 ganhadores de um sorteio vão poder observar as cópias do acordo no qual o rei John da Inglaterra concedeu direitos a barões ingleses rebelados.
Ao colocar o selo real na Magna Carta, ou Grande Carta, o rei John deu a todos os homens livres o direito a um julgamento justo, depois que senhores donos de terras, em reação aos altos impostos, renunciaram aos votos de aliança ao rei e invadiram Londres.
Escrito a pena sobre velino em 1215, o documento se tornou um símbolo do Estado de direito e ajudou a inspirar a Constituição dos Estados Unidos e a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Firmado há 800 anos às margens do rio Tâmisa, em Runnymede, em 15 de junho, o tratado foi anulado pelo papa, sendo restabelecido pelo rei Henry 3º em 1216, após a morte do rei John. O documento somente passou a se chamar Magna Carta em 1217, quando seu teor integrou um tratado de paz assinado em Lambeth.
Mesmo que a Magna Carta não tenha obtido sucesso em preservar a paz à época, o documento ganhou prestígio particular entre os séculos 16 e 17, quando serviu de fundamento para a formação da monarquia constitucional britânica.
A exposição segue na quinta-feira para a Casa dos Lordes antes de dois dos documentos serem devolvidos a seus lares originais na Catedral Lincoln, no leste da Inglaterra, e na Catedral Salisbury, no sudoeste do país. As outras duas cópias são mantidas pela Biblioteca Britânica.