Rio de Janeiro, 6 jan (EFE).- O secretário de Defesa Civil de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, Henrique Oliveira, informou nesta sexta-feira que a energia elétrica da localidade de Três Vendas foi cortada para forçar a saída de cerca de duas mil pessoas que se recusam a deixar o local.
A comunidade foi inundada após um trecho da Rodovia BR-356, que serve como barragem para conter as águas do rio Muriaé, se romper. Uma cratera de aproximadamente 20 metros foi formada no local e o nível da água já chega a dois metros. O trânsito na estrada foi interrompido.
Nesta quinta-feira, a prefeitura de Campos ordenou a evacuação dos moradores da área, onde vivem cerca de quatro mil pessoas. Apesar disso, apenas metade das famílias que moram na localidade deixaram suas casas para lugares mais seguros.
As famílias que resistem colocaram seus móveis e eletrodomésticos no alto das casas. "Há previsão de mais chuvas nos próximos dias e a estrutura desses imóveis dificilmente suportará", assegurou Oliveira, ao justificar a decisão da prefeitura de cortar a luz na área inundada como forma de pressão.
"Vamos de casa em casa de barco, com assistentes sociais, tentar convencer as pessoas sobre os perigos de doenças como a dengue, a leptospirose e explicar que essa situação deve se manter durante muitos dias ainda", acrescentou o funcionário.
Ele lembrou que em 2007 o Rio Muriaé já havia destruído parte da BR-356 e alagado Três Vendas, que conviveu durante cerca de quatro meses com o problema.
As famílias que foram transferidas, com a ajuda de caminhões e barcos do Corpo de Bombeiros e do Exército, foram levadas para abrigos improvisados em duas escolas públicas.
Até agora, seis municípios do norte do estado do Rio de Janeiro declararam situação de emergência e 34.890 pessoas tiveram que deixar suas casas devido às inundações e os deslizamentos de terras provocados pelas chuvas. EFE