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Inflação em 12 meses deve ter pico no 2º tri de 2019, mas depois convergir à meta, diz BC

Publicado 06.11.2018, 09:51
Atualizado 06.11.2018, 09:51
© Reuters. Presidente do BC, Ilan Goldfajn, em Brasília

© Reuters. Presidente do BC, Ilan Goldfajn, em Brasília

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central afirmou que a inflação acumulada em 12 meses deve se elevar até atingir um pico por volta do segundo trimestre de 2019, recuando então em direção à meta ao longo do próximo ano, conforme ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira.

O BC, contudo, não demonstrou preocupação com o esperado avanço de preços na economia, numa indicação de que o movimento não deve levá-lo a subir os juros tão cedo após a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) na corrida presidencial ter reduzido temores de uma alta do dólar sobre o real.

"Ajustes de preços relativos parecem ter contribuído para elevar a inflação para níveis compatíveis com as metas em contexto com expectativas ancoradas, o que não deveria constituir risco para a manutenção da inflação nesses níveis após concluídos os referidos ajustes", disse o BC no documento, assinalando que seguirá acompanhando essa trajetória.

No documento, o BC também afirmou que já deveria estar claro que não há relação mecânica entre choques que produzem ajustes de preços relativos e a política monetária, razão pela qual irá excluir esta mensagem a partir da próxima reunião do Copom, "com o entendimento que isso não deveria ser interpretado como mudança de sua forma de condução da política monetária".

Na semana passada, o BC manteve a taxa básica de juros em seu piso histórico de 6,50 por cento ao ano e ponderou que houve alguma melhora em seu balanço de riscos, corroborando apostas no mercado de que não subirá a Selic num horizonte próximo, embora tenha mantido a porta aberta para fazê-lo se houver piora no quadro inflacionário. A mensagem foi repetida na ata nesta terça-feira.

Em pesquisa Reuters, 40 de 42 economistas já esperavam que o BC deixasse os juros inalterados, o que ocorreu pela quinta reunião consecutiva do Copom, a primeira após a realização das eleições presidenciais.

"Reforçamos nossa projeção de manutenção da atual taxa até ao menos o primeiro trimestre de 2019, quando finalmente serão conhecidos em sua compleição a nova equipe econômica e os planos de governo que podem estimular a economia ao ponto de se necessitar a retirada dos estímulos", avaliou o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, em nota.

Na ata, o BC foi um pouco mais direto sobre o quadro que passou a ver ao assinalar que, em relação ao cenário doméstico, houve diminuição de incertezas, que produziu redução dos prêmios de risco embutidos nos preços de ativos brasileiros.

"(Isso) contribuiu para redução do grau de assimetria no balanço de riscos para a inflação. Não obstante essa melhora, os membros do Copom concluíram que os riscos altistas para a inflação seguem com maior peso em seu balanço", afirmou o BC, em referência ao risco de frustração das expectativas sobre a continuidade de reformas na economia e de deterioração do cenário externo para economias emergentes.

Em setembro, o BC havia dito pela primeira vez que poderia subir a Selic à frente caso houvesse piora do cenário inflacionário, conforme incertezas ligadas às eleições e um movimento global de aversão a risco pressionavam o câmbio aos valores mais altos desde a criação do real.

Agora, a possibilidade de eventual aumento de juros seguiu na mesa, mas parece mais distante com o reconhecimento que o balanço de riscos mudou para melhor.

Ao longo das últimas semanas, os mercados demonstraram forte alívio com o favoritismo e posterior vitória de Bolsonaro à Presidência do país, pelo fato de o capitão da reserva ter sido abraçado como o candidato reformista no embate com o petista Fernando Haddad.

Em outubro, a moeda norte-americana teve a maior queda percentual ante o real desde junho de 2016, para o patamar de 3,70 reais. O recuo do dólar frente ao real pode baratear importados e insumos da indústria e agricultura, reforçando a perspectiva de inflação lenta nos próximos meses.

Apesar de o IPCA em 12 meses ter subido para acima do centro da meta deste ano, de 4,5 por cento, o chamado núcleo da inflação, que não leva em conta componentes voláteis, tem ficado contido, em meio à lenta recuperação econômica e desemprego elevado.

"No que tange à inflação subjacente, nos últimos meses suas diversas medidas se elevaram a partir de níveis considerados baixos, atingindo níveis que o Comitê julga apropriados – ou seja, de modo geral consistentes com as metas para a inflação", avaliou o BC na ata.

Na mais recente pesquisa Focus, feita pelo BC junto a uma centena de economistas, as perspectivas para inflação neste ano voltaram a cair, a 4,40 por cento, ao mesmo tempo em que os economistas que mais acertam as previsões passaram a ver a Selic mais baixa em 2019, a 7,5 por cento, ante 7,88 por cento anteriormente.

Para o ano que vem, a projeção geral dos economistas é de um IPCA em 4,22 por cento, praticamente no centro da meta, que é de 4,25 por cento em 2019.

© Reuters. Presidente do BC, Ilan Goldfajn, em Brasília

Considerando a manutenção da Selic em 6,5 por cento e o dólar constante a 3,70 reais, o BC calcula um cenário parecido, com inflação de 4,4 por cento para 2018, 4,2 por cento para 2019 e 4,1 por cento para 2020, sendo que para o último ano o centro da meta de inflação é de 4,0 por cento.

Em todos os anos, a margem para a meta é de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

"As projeções de inflação divulgadas no documento estão muito próximas das metas no médio prazo, sugerindo um quadro relativamente benigno para a variação de preços", afirmou o Bradesco (SA:BBDC4), em nota a clientes, prevendo estabilidade da Selic até o fim deste ano e elevação a 8 por cento ao fim de 2019.

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