Investing.com – O indicador de inflação que é termômetro das ações de política monetária americana, o índice de preços PCE, apresentou variação mensal abaixo do esperado em maio.
A inflação nos Estados Unidos, medida pelo PCE, subiu 0,1% em maio, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 30, abaixo do esperado de 0,5% e dos 0,4% anteriores. No acumulado de 12 meses, a inflação norte-americana avançou 3,8%, inferior às expectativas de 4,6% e dos 4,3% anteriores.
Quando observado apenas o núcleo do índice de preços PCE, excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o resultado de maio foi de 0,3%, conforme as projeções e abaixo do dado prévio de 0,4%. No acumulado do ano, o núcleo do índice atingiu 4,6%, abaixo da expectativa e dados prévios de 4,7%.
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Na visão de Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank, a composição do índice e a análise do histórico recente indicam que a inflação de bens já não é mais um problema. “Por outro lado, a inflação de serviços segue pressionada por um mercado de trabalho aquecido, que aumenta salários acima da produtividade e sustenta os preços elevados”, pondera.
Às 9h34 (de Brasília), após a divulgação dos dados, os futuros da Nasdaq 100 subiam 0,94%, enquanto os da S&P 500 ganhavam 0,67% e os da Dow Jones estavam em alta de 0,49%. No Brasil, o Ibovespa Futuros subia 0,72% e o dólar apresentava desvalorização de 0,52%, a R$4,8314.
Lucas Serra, analista da Toro Investimentos, reforça que a divulgação trouxe um movimento forte para o mercado nesta manhã. "A gente observa o dólar apresentando uma queda mais acentuada nos últimos minutos, em função desse dado, índices futuros apontando para cima, e movimento também nos Estados Unidos que acabou refletindo isso. Juros futuros dos EUA, principalmente de dois anos, recuam”.
Os núcleos ainda estão distantes da meta de 2%, lembra Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos. “Mas o fato de a inflação estar moderando e o mercado descartar ou reduzir muito as apostas para uma recessão mais dura nos Estados Unidos tende ir em direção ao cenário do Fed bem próximo do fim do aperto monetário e a economia desacelerando de forma mais moderada, com impacto menor sobre os mercados”.