Investing.com – Mesmo com meta de inflação mantida e desinflação em curso, o início do ciclo de afrouxamento monetário deve ser de “parcimônia” nos cortes, segundo o Itaú BBA.
Em relatório enviado aos clientes e ao mercado, Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú BBA e ex-diretor do Banco Central, projeta que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC deve começar a flexibilização com 0,25 ponto percentual na reunião de agosto, com cortes sequenciais de 0,50 ponto percentual a partir de setembro. Desta forma, a Selic terminaria 2023 em 12% e 2024 em 9,5%.
Segundo o banco, a diminuição da inflação corrente e a melhora das expectativas com manutenção da meta foram importantes, “mas a resiliência da atividade econômica, a pouca ociosidade no mercado de trabalho, a manutenção da inflação e, principalmente dos seus núcleos, em patamar elevado, a perspectiva dos países desenvolvidos continuarem a subir juros e o desafio fiscal ainda significativo demandam cautela com as projeções de inflação de médio prazo e recomendam uma condução parcimoniosa da distensão monetária, com cortes graduais da taxa de juros”, avalia o Itaú BBA.
O banco ainda manteve projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,3% em 2023 e 1,5% em 2024. A taxa de desemprego foi estimada em igual magnitude, em 8%.
Para o indicador oficial de inflação, medido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o economista revisou a projeção de 5,3% para 5,1% para este ano, ao incluir a queda nos preços da gasolina na refinaria anunciado em junho e inflação mais baixa de produtos industrializados.
Em relação ao dólar hoje, as projeções foram mantidas em R$5,00 por dólar em 2023 e R$ 5,25 por dólar em 2024. “O cenário externo continua beneficiando moedas de carrego, mas o início de cortes de juros bem como o maior aperto nos juros EUA devem trazer alguma desvalorização para o real ao longo do segundo semestre do ano”, completa o documento.