Bruxelas, 26 jul (EFE).- A chefe da diplomacia europeia,
Catherine Ashton, afirmou hoje que "a União Europeia (UE) é quem vai
decidir sobre o futuro do Kosovo".
A alta representante fez as declarações na entrevista coletiva
final do conselho de ministros de Exteriores da UE, o primeiro após
a determinação da sentença da Corte Internacional de Justiça (CIJ),
em Haia, aprovando a independência do Kosovo em 2008.
Catherine disse que "a UE é quem vai a decidir sobre o futuro do
Kosovo" e que tanto o futuro de Pristina quanto o de Belgrado
"passam" por Bruxelas.
A alta representante afirmou, além disso, que a UE "deve manter
um diálogo fluido com ambas as partes".
Neste sentido, expressou seu desejo de que "ambas as partes se
sentem à mesa de negociações" em breve.
Por outro lado, a alta representante esclareceu que a UE não
planeja "acelerar" as negociações para a adesão da Sérvia, como
tinha sido divulgado pela imprensa austríaca.
Apesar de posturas diferentes dos 27 países-membros sobre o
reconhecimento do Kosovo (Espanha, Grécia, Eslováquia, Romênia e
Chipre não reconhecem à ex-província sérvia ao contrário dos outros
22), Catherine emitiu um comunicado pactuado pelas 27 nações após a
sentença de Haia.
No texto, Catherine reivindica o papel da UE "de ponte de diálogo
entre Belgrado e Pristina" e ressalta a força do diálogo como
instrumento para "a paz e a estabilidade".
Já o ministro de Assuntos Exteriores espanhol, Miguel Ángel
Moratinos, disse hoje que a posição de vários países europeus, entre
eles a Espanha, de não reconhecer a independência do Kosovo, ajuda a
estabilizar a região e a promover uma Sérvia "moderada" e
"pró-Europa".
Em entrevista coletiva, o chefe da diplomacia espanhola comentou
que, se houve avanços ultimamente na estabilidade dos Bálcãs
Ocidentais, é também "porque há países da UE que não reconhecem o
Kosovo".
Para Moratinos, o não reconhecimento foi decisivo na hora de
organizar a Conferência de Sarajevo, que impulsionou a cooperação na
zona sob a Presidência espanhola da UE, com participação de todos os
atores regionais, e para "seguir construindo uma atitude pró-Europa
e moderada da Sérvia". EFE