Por Ana Julia Mezzadri
Investing.com - Devido principalmente à alta nos preços dos alimentos, o Itaú revisou, em relatório desta sexta-feira (9), sua projeção de inflação em 2020 para 3%, de 2,5%, considerando mais aceleração nos preços dos alimentos até o final do ano.
A mudança veio após o IPCA de setembro ter registrado alta de 0,64%, acima da projeção do banco, de 0,56%, e da mediana das expectativas do mercado (0,54%). No ano, o IPCA acumula alta de 1,34%.
Na visão do banco, o índice deve permanecer pressionado nos próximos meses. A projeção do Itaú é de alta de 0,63% em outubro, 0,25% em novembro e 0,72% em dezembro.
Outros aspectos que pesaram na revisão foram a inflação ao produtor de itens agropecuários, que, considerando os preços das commodities agrícolas em reais, não deve causar alívio significativo na margem; a alta na alimentação em domicílio, que o banco projeta em 15% em 2020; e a reversão de parte da deflação em mensalidades escolares até o fim do ano.
Em setembro, tiveram destaque de alta os grupos de alimentação no domicílio, que subiu 2,8%; transportes, com alta de 0,70%; artigos de residência (1%) e habitação (0,37%). Na ponta oposta, a maior deflação foi do grupo de saúde e cuidados pessoais (0,64%).
Para 2021, o banco mantém sua projeção de 2,8% no IPCA. Os principais riscos para essa tese, sendo o Itaú, são desancoragem fiscal e perda de credibilidade das políticas fiscal e monetária.
O banco apresentou ainda suas projeções para o mercado de trabalho: a expectativa é de desemprego de 16,6% em 2020 e 16,2% em 2021.