Investing.com — O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação, subiu 0,04% no mês de junho, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa consensual indicava uma retração de 0,01%. Em maio deste ano, o indicador havia sido de 0,51% e, em junho de 2022, de 0,69%.
O IPCA-E, acumulado trimestral do IPCA-15, atingiu 1,12%, inferior aos 3,04% registrados no mesmo período do ano passado. Considerando os últimos 12 meses, o IPCA-15 teve variação positiva de 3,40%, abaixo dos 4,07% dos 12 meses anteriores.
Conforme apontado pelo IBGE, entre os grupos pesquisados, houve alta de seis em junho, de um total de nove. A maior variação veio do grupo habitação, com uma alta de 0,96%, além do maior impacto no índice no mês. Os motivos estariam relacionados às elevações em tarifas de água e esgoto, após reajustes em Curitiba, São Paulo, Recife e Belém.
Por outro lado, registraram quedas os grupos de transportes, com recuo de 0,55%, alimentação e bebidas, com diminuição de 0,51%, além de artigos de residência, com retração de 0,01%.
Considerando índices regionais, a maior alta foi registrada em Recife, com 0,45%, enquanto a queda mais forte foi em Goiânia, com índice negativo em 0,66%.
Repercussão de economistas
De acordo com a equipe de estratégia macro da BGC Liquidez, o principal destaque foi a composição da inflação de serviços, que teria decepcionado. “A inflação dos serviços subjacentes veio maior do que esperado e em patamar relativamente alto para o mês. Os itens aluguel residencial e condomínio, itens associados à inflação inercial e ociosidade da atividade econômica, registraram avanços expressivos e altos para o padrão sazonal”, avalia. Por outro lado, segue o recuo da média dos núcleos. “A pior performance de alguns componentes dos serviços atrapalha um pouco a perspectiva de desinflação mais rápida nesse segmento, ainda que não seja suficiente para reverter o processo de redução nas expectativas de inflação”, completa a BGC Liquidez.
Amabile Ferrazoli, economista da Tenax Capital, afirma, no entanto, que os núcleos de inflação de serviços vieram piores que o esperado. “Serviços subjacentes ficaram meio de lado, mas entendo que a história de condomínio e aluguel atrapalharam. A parte de bens segue tranquila”, pondera.
Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, também enxergou surpresa altista nos núcleos. “A despeito do desvio altista dos núcleos e de serviços (gerais e subjacentes, vale citar), avaliamos que a divulgação não gerará sobressaltos na política monetária, pela comunicação recente da autoridade na ata, e pelo comportamento amplamente cadente do acumulado em 12 meses”, acredita Sanchez.
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