Dilma comemora abertura de mercado chinês e atração de investimentos

Rio de Janeiro, 18 abr (EFE).- A presidente Dilma Rousseff classificou nesta segunda-feira como "muito bem-sucedida" sua recente visita à China e disse que, além de ter aberto o mercado chinês para novos produtos brasileiros como a carne de porco, conseguiu atrair investimentos de gigantes asiáticos.

"Foi uma viagem bastante proveitosa. Eu diria que muito bem-sucedida, conquistamos nossos principais objetivos, entre os quais o de abrir as portas para que mais produtos brasileiros, mais elaborados, ingressem na China", afirmou Dilma em seu programa semanal de rádio "Café da manhã com a presidente".

A chefe de Estado destacou que na visita feita na semana passada a três cidades chinesas assinou 20 acordos, alguns com empresários do gigante asiático interessados em investir no Brasil e outros para uma maior cooperação bilateral na área de ciência e tecnologia.

"Estou muito satisfeita. Acho que foi um salto de qualidade em nossas relações. Mas ainda queremos mais. Hoje vendemos muita matéria-prima à China e queremos vender também produtos mais acabados", garantiu a presidente ao explicar que, entre outras coisas, além de minério de ferro, o principal produto brasileiro comprado pela China é o aço.

Dilma declarou que os investimentos acordados com as empresas chinesas podem, além de gerar milhares de empregos e renda no Brasil, transferir tecnologia ao país.

Citou o caso da estatal chinesa ZTE, que produz equipamentos para a área de comunicação e que pretende investir R$ 350 milhões na construção de uma planta no interior do estado de São Paulo.

Citou igualmente a intenção da Foxconn, empresa líder no setor de componentes para computadores, celulares e televisores e que produz equipamentos da multinacional Apple, que planeja montar uma fábrica e um centro de desenvolvimento no Brasil.

"Vamos iniciar negociações para a instalação de uma fábrica dessa empresa no Brasil que produzirá telas de celulares, de computadores e tablets", contou.

Acrescentou que esta será uma negociação difícil pelo fato de ter de capacitar milhares de brasileiros na área de tecnologia e informação para atrair o investimento da empresa.

"Mas as empresas não estão vindo ao país por acaso. No ano passado, o Brasil foi o terceiro país que mais vendeu computadores no mundo e isso abre um grande mercado potencial", afirmou.

Com relação aos produtos brasileiros cujo mercado foi garantido na visita, Dilma citou principalmente o da carne de porco, produto que o Brasil é um dos maiores exportadores mundiais e que sofria restrições na China.

Acrescentou que outro acordo permitirá que o fabricante brasileiro de aviões Embraer venda à China 35 aeronaves executivas no valor de US$ 1 bilhão.

A governante garantiu que as relações do Brasil com o país asiático aumentaram significativamente nos últimos anos até o ponto de a China se transformar no maior parceiro comercial do país.

Acrescentou que a associação também é importante na área de ciência e tecnologia, e que permitiu aos dois países desenvolver, lançar e operar em conjunto três satélites de vigilância terrestre, e acordar o lançamento de outros dois nos próximos anos. EFE