Madri, 20 mai (EFE).- O Governo da Espanha deve aprovar nesta
quinta-feira o decreto-lei que incluirá os cortes sociais com os
quais quer acelerar a redução do déficit público.
A norma determinará a baixa salarial dos empregados públicos para
este ano e o congelamento das pensões em 2011.
Também vai marcar o fim do "cheque-bebê" (pagamento de US$ 3.100
por nascimento ou adoção de um filho) e o corte em mais de 6 bilhões
de euros (quase US$ 7,5 bilhões) em investimentos públicos.
A aprovação acontece oito dias depois que o presidente do Governo
espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, anunciou os cortes, que
provocaram a rejeição de boa parte da oposição e dos sindicatos, que
já têm previstas mobilizações e uma greve no setor público para o
dia 8 de junho.
O ajuste obriga o Governo da Espanha a revisar para baixo a
previsão de crescimento de 2011 - até agora em 1,8% - e constará no
quadro macroeconômico que acompanhará o teto da despesa orçamentária
do próximo ano, que também será aprovado nesta quinta.
Este limite de despesa representará uma forte redução com relação
ao valor previsto para este ano, dentro da política de austeridade
que determinada pelo Executivo socialista para cumprir seu
compromisso de consolidação fiscal.
O aumento da dívida pública, o temor a um contágio da crise grega
em outros países e a instabilidade que tudo isso provocou nos
mercados financeiros levaram a Espanha a tomar estas medidas
drásticas.
Há dez dias, em Bruxelas, o Governo de Zapatero se comprometeu a
reduzir em 15 bilhões de euros (cerca de US$ 18 bilhões) o déficit
previsto para 2010 e 2011. EFE