Rio de Janeiro, 26 out (EFE).- O Brasil acumulou nos primeiros sete meses do ano um superávit fiscal primário de R$ 91,979 bilhões, o maior para o período na história do país, informou nesta sexta-feira o Banco Central (BC).
A economia feita pelo Estado até julho para pagar os juros de dívida equivale a 78% da meta do superávit fiscal que o Governo se impôs para todo o ano (R$ 117,9 bilhões).
O valor economizado nos primeiros sete meses deste ano, além disso, supera por pouco mais do dobro os R$ 43,588 bilhões alcançados entre janeiro e julho do ano passado.
O superávit fiscal primário brasileiro dos últimos 12 meses até julho chegou a R$ 150,087 bilhões, equivalente a 3,83% do Produto Interno Bruto (PIB).
O superávit fiscal primário, que o Governo utiliza como referência para sua política de ajuste fiscal, é a diferença entre a receita e as despesas de todo o Estado, incluindo Governos estaduais e municipais, sem levar em conta os recursos destinados ao pagamento de juros da dívida pública.
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel, atribuiu o bom resultado ao próprio crescimento da economia brasileira, que permitiu um significativo aumento da arrecadação tributária.
"A receita cresceu e observamos uma moderação no aumento das despesas", afirmou Maciel, para quem o resultado é um indicador da responsabilidade da política fiscal brasileira em momentos de crise financeira global.
No elevado superávit acumulado este ano contribuiu especialmente o resultado de julho, quando o Estado conseguiu uma economia fiscal de R$ 13,789 bilhões.
Cerca da metade da economia em julho, no entanto, corresponde a uma dívida que a Vale tinha com o fisco e que foi paga no mês passado.
Apesar dos esforços do Governo para gerar uma economia fiscal, o superávit primário acumulado até junho não foi suficiente para pagar os juros da dívida nos sete primeiros meses do ano, que somaram R$ 138,544 bilhões.
Em consequência disso, o Brasil acumulou nos primeiros sete meses do ano um déficit nominal em suas contas públicas de R$ 46,565 bilhões.
O BC informou que a dívida líquida do setor público brasileiro equivalia em julho a 39,4% do PIB, contra 40,2% do PIB no mesmo mês do ano passado. EFE