CARACAS (Reuters) - Forças de segurança da Venezuela mataram nesta terça-feira dois supostos paramilitares após um confronto a metros da fronteira com a Colômbia, disse o governador do Estado em que as mortes ocorreram.
O incidente aconteceu horas depois que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ampliou o fechamento da fronteira com a Colômbia a uma passagem vital do Estado de Zulia e anunciou o envio de mais 3.000 militares à região para combater o contrabando e os paramilitares.
"Acabou o controle dos paramilitares colombianos em terra venezuelana, estamos liberando aos comerciantes, aos trabalhadores... a todo o povo", disse o governador de Táchira, José Vielma, onde há quase 20 dias Maduro fechou várias passagens fronteiriças e decretou estado de exceção, o que forçou a saída de muitos colombianos.
Segundo dados da Colômbia, 1.400 colombianos foram deportados da Venezuela e 14.000 retornaram voluntariamente por temor a represálias, gerando uma crise humanitária diante da necessidade de abrigo, comida e produtos de saúde.
O confronto entre um comando integrado por vários órgãos de segurança da Venezuela e supostos paramilitares do grupo "Los Rastrojos" ocorreu no município de Ayacucho, muito perto da fronteira com a Colômbia.
"Los Rastrojos" é um dos grupos paramilitares dedicados ao narcotráfico que ainda permanecem ativos na Colômbia.
Os dois países dividem uma fronteira terrestre porosa de 2.219 quilômetros na qual é frequente o contrabando de bens de primeira necessidade e gasolina, além da passagem de grupos armados ilegais de um lado ao outro.
(Reportagem de Diego Oré)