Garanta 40% de desconto
🚨 Mercados voláteis? Descubra joias escondidas para lucros extraordináriosDescubra ações agora mesmo

Na contramão de Bolsonaro, Banco Central pressiona por bancos mais verdes

Publicado 02.08.2021, 09:37
Atualizado 02.08.2021, 09:40
© Reuters. Presidente do BC, Roberto Campos Neto
24/02/2021. 
REUTERS/Ueslei Marcelino

Por Carolina Mandl e Jamie McGeever

SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central está se preparando para exigir que os bancos contabilizem potenciais perdas advindas de fenômenos relacionados a mudanças climáticas, como secas, inundações e incêndios florestais, posicionando-se como líder global na regulamentação do setor financeiro com base em ESG.

A proposição de novas regras ocorre sob a liderança de Roberto Campos Neto, ex-executivo do Banco Santander Brasil (SA:SANB11). Ele foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, que governa sob uma onda de desmatamento na Floresta Amazônica e é criticado por ambientalistas.

O Banco Central, no entanto, é totalmente independente, o que reduz a influência de Bolsonaro sobre a política do banco.

As ações do Banco Central, que preveem a inclusão de riscos climáticos nos testes de estresse dos bancos, refletem a pressão crescente sobre os reguladores em todo o mundo para que levem a sério suas credenciais verdes, mesmo sob o risco de alterar o fluxo de crédito para certos tomadores.

O aquecimento global é cada vez mais visto como um risco para a estabilidade financeira. Desastres naturais decorrentes de temperaturas mais altas podem prejudicar os negócios das empresas ou as garantias dadas por elas a empréstimos, colocando em risco uma carteira de crédito de 4,2 trilhões de reais.

Embora atualmente não haja exigência de capital específica para os bancos cobrirem riscos ambientais nas regras propostas pelo regulador, o Banco Central pode impor a constituição de colchões extras no futuro se acreditar que os bancos estão correndo riscos mais elevados, disse Kathleen Krause, chefe- adjunta do departamento de regulação prudencial do Banco Central.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

"Nosso objetivo não é proibir os bancos de conceder empréstimos, mas conscientizá-los sobre os riscos que correm relacionados a mudanças climáticas", disse Krause em uma entrevista.

O aumento do nível do mar pode inundar terras dadas como garantia para um empréstimo, resultando em perdas para os bancos, ela exemplificou.

Para cobrir riscos como esse, os bancos podem ser forçados a reservar mais capital, o que provavelmente se traduziria em empréstimos mais caros e escassos para determinados tomadores.

Entre os riscos relacionados às mudanças climáticas listados pelo Banco Central nas regras que foram levadas a audiência pública estão as potenciais perdas decorrentes de uma transição para uma economia de baixo carbono, bem como secas e inundações.

Caso o BC incorpore os riscos relacionados às mudanças climáticas nos testes de estresse, o que está sendo considerado, isso o colocaria na vanguarda dos reguladores em todo o mundo.

Alguns poucos países - como França e Holanda - já lançaram esses testes, embora muitos outros estejam em preparação, de acordo com o Financial Stability Institute.

PREVISÕES CLIMÁTICAS

O Banco Central disse que planeja lançar as novas medidas para incorporação do risco climático aos testes de estresse ainda este ano, com implementação a partir de 2022. Mas os bancos estão pedindo até 18 meses para conseguirem se preparar.

Os bancos demandam que o regulador emita previsões climáticas para que todos os credores as utilizem em testes de estresse.

"Se cada banco fizer sua própria previsão, os resultados finais podem acabar sendo muito diferentes dentro do setor bancário", disse Amaury Oliva, diretor de sustentabilidade da Febraban, entidade que representa os bancos.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

O regulador disse que está considerando o pedido e pode fornecer algumas orientações, como os cenários climáticos divulgados pela Network of Central Bank and Supervisors for Greening the Financial System em julho.

Ainda assim, Oliva diz que esses cenários globais são muito genéricos e que o ideal seria um cenário mais tropicalizado.

Além de incorporar os riscos do aquecimento global aos testes de estresse, o Banco Central, que regulamenta empréstimos para projetos no bioma amazônico desde 2008, também propôs duas novas regras neste ano envolvendo riscos ambientais, sociais e o crédito rural.

Uma dessas regras, que também passou por audiência pública e agora está em fase de análise final pelo regulador, veta o desembolso de crédito rural a projetos em terras indígenas ou desmatadas, ao mesmo tempo em que cria uma espécie de selo de "empréstimo sustentável" para projetos que seguem as melhores práticas para o crédito verde.

O regulador também está exigindo uma divulgação mais detalhada e profunda sobre como os bancos lidam com riscos sociais e ambientais, o que inclui problemas como assédio, preconceito e desmatamento.

Um caso de discriminação racial, por exemplo, pode ferir a imagem de um banco, assustar clientes e levar a penalidades legais.

NO CAMINHO CERTO

A postura do Banco Central está em nítido contraste com o histórico do governo de Bolsonaro em relação à proteção ambiental.

Muitos grandes investidores têm demandado ao governo brasileiro que adote uma postura mais firme em relação à proteção ambiental. Eles acolhem as iniciativas verdes do Banco Central, mas alertam que este é apenas o primeiro passo.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

"A iniciativa do Banco Central é um ponto de partida positivo. O Brasil está indo do nada para alguma coisa", disse Daniela da Costa-Bulthuis, gestora de portfólio da Robeco, com sede na Holanda, que administra 168 bilhões de euros em ativos ESG. "Mas o governo está um pouco atrasado em relação ao regulador."

De acordo com o Positive Money, um grupo de defesa a uma economia sustentável sediado em Londres, o Brasil tem o segundo Banco Central "mais verde" do mundo depois da China, mas as perspectivas de progresso social e política ambiental mais amplas no Brasil permanecem fracas sob Bolsonaro.

Em última análise, o impacto das políticas do Banco Central será limitado até que o governo brasileiro implemente políticas fiscais e industriais necessárias para enfrentar os problemas ambientais.

“Ao redirecionar as finanças, as alavancas do Banco Central podem ajudar enormemente ou dificultar a transição”, disse o economista da Positive Money David Barmes. "Mas ainda precisamos que os governos liderem o caminho."

Últimos comentários

Por que esse Bacen, ao invés de somente favorecer os novos players/fintechs com algumas vantagens competitivas, não se preocupa também em submetê-los à mesma carga tributária que os bancões pagam? É muito fácil promover concorrência no setor com desigualdade de carga tributária entre os players. As regras têm que ser as mesmas para todos os players do mercado, sem penalização de uns em detrimento de outros. Isso é o certo a ser feito em qualquer mercado! Outra coisa, por que não se preocupam em propor, ao CMN, a correção da péssima política econômica adotada neste desgoverno, com aumento do dólar e da inflação? Tenho nojo dessa atual diretoria do Bacen e do Paulo Imposto Ipiranga Jegues. Péssimos!!! Piores da história do Brasil. Chega a ser vergonhoso!
Matéria tendenciosa! Porque a Reuters não faz uma matéria falando quantas vezes mais os USA, a China e os europeus poluem mais que o Brasil. Vocês não tem credibilidade pra falar de proteção do meio ambiente!
Presidente do BACEN mais fraco da história!!!! Só tem sobrenome.... vergonhoso, trouxe de volta a INFLAÇÃO para o Brasil....
quem trouxe foi a maior pandemia da era moderna..a escasses de materias primas...isso q trouxe a inflamação nao so aqui mas no mundo todo
#VemPraRuaLuladrão!!!👹👹👹#VemTestarAsPesquisas!!!🦧🦧#TrasOsCUmpanheiros!!!🤡🤡🤡#TemMortadel@Gratis!!!🌭🌭🌭
#VemPraRuaLuladrão!!!👹👹👹#VemTestarAsPesquisas!!!🦧🦧#TrasOsCUmpanheiros!!!🤡🤡🤡
ninguém mais aguenta b0zoN4zi. amanhã a cpi vai voltar a fritar o delinquente da República. vai ser um grande dia!!
Péssimo Jornalismo...mídia falida.
tão ruim q nem li até o fim
Fake News!
Fake News!
parabéns Bolsonaro!! Melhor arrecadação de impostos da história. O país voltando a crescer! #BOLSONARO2022
que piada .... sério essa mídia tem tesão no Bolsonaro não é possível ta feio demais
Investing e as fake News
Que LIXO DE JORNALEIRO. Presidente Bolsonaro nunca falou algo do tipo. Nunca estimulou destruição, ao contrário.
Excelente matéria! #FORA_BOZONAZI
espero que vc um dia encontre seu cérebro perdido...trágico..trágico
há controvérsias sobre aquecimento global...
Matéria ridícula.
aloooooo patrocinadores deste folhetim
Muita palhaçada
Só divulgando  Fake NEWS!
Ô materiazinha bost@!
Não entendo o porque da Investing está sempre contra um presidente que busca aumentar a produtividade e a ampliação da capacidade industrial do país.
Porque um País Continental, rico e próspero, mete medo nos donos do mundo, proprietários dos veículos de comunicação globais. Parem de ser inocentes!!
Lamentável o péssimo nível da mídia!
Contra mão de bolsonaro....kkk... do Biden Tb que deixou o fogo destruí o sul dos EUA.
Exato! Incêndios gigantes na Califórnia acontecendo há semanas e ninguém culpa biden...silêncio.
Imprensa Marrom.
Até que enfim, comentários justos, corretos. Essa gente não para de querer prejudicar o governo e de quebra a sua população.
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.