LONDRES (Reuters) - O Banco Central Europeu deve começar a aumentar suas taxas de juros em patamares menores e evitar se comprometer com movimentos futuros à medida que a inflação na zona do euro cair, disse nesta quinta-feira o membro do conselho do BCE Fabio Panetta.
O BCE aumentou as taxas em 50 pontos-base, um patamar historicamente elevado, no início deste mês e pré-anunciou outro aumento do mesmo tamanho para 16 de março, em uma continuação do acirrado combate contra a alta inflação na zona do euro.
Mas Panetta, nomeado pela Itália ao conselho do BCE, pediu cautela, dizendo que uma série de aumentos que viram o banco central aumentar as taxas em 300 pontos-base desde julho ainda não tinha sido completamente sentida pela economia.
"Com as taxas agora se deslocando para território restritivo, é a extensão e a duração da restrição da política monetária que importa", disse Panetta a um evento em Londres.
"Ao suavizar as subidas de nossas taxas de política -- isto é, avançando em pequenos passos -- podemos assegurar que calibramos ambos os elementos com maior precisão à luz das informações recebidas e de nossa função de reação."
Os comentários o colocam em desacordo com alguns de seus colegas ao norte dos Alpes, como Klaas Knot, da Holanda, e Joachim Nagel, do Bundesbank alemão, que defendem novos aumentos em grandes patamares.
Os mercados financeiros esperam que o BCE aumente a taxa paga nos depósitos bancários para pelo menos 3,5% até o verão do Hemisfério Norte, ante os atuais 2,5%.
(Reportagem de Marc Jones)