SÃO PAULO (Reuters) - Aeronautas e aeroviários de todo o país suspenderam a greve que paralisou os aeroportos por uma hora na manhã desta quinta-feira para aguardar a mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que tem audiência marcada para sexta-feira para tratar do caso.
As duas categorias cruzaram os braços entre as 6h e 7h, o que gerou atrasos e cancelamentos. Em balanço divulgado às 18h, a Infraero informou que 17 por cento dos voos que saíram dos aeroportos operados pela estatal --que não inclui o de Guarulhos (SP) e o de São Gonçalo do Amarante (RN)-- sofreram atrasos e 8,1 por cento foram cancelados.
Entre os voos internacionais, de acordo com a Infraero, houve 8,5 por cento de atrasos e nenhum cancelamento.
"Hoje a assembleia aprovou por unanimidade a suspensão da greve e vai aguardar agora os trâmites no Poder Judiciário", disse à Reuters por telefone o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Rodrigo Spader.
"A categoria entendeu que já demonstrou sua força hoje com adesão quase total dos aeronautas, paralisamos quase todas as operações aéreas no período estipulado. Com isso, a categoria entendeu por bem, já que houve a entrada do Tribunal Superior do Trabalho para mediar, suspender o movimento e aguardar os trâmites judiciais."
Os aeroviários e aeronautas pedem aumento de salário e questões ligadas ao gerenciamento do risco de fadiga dos tripulantes e à segurança de voo.
As categorias reivindicam 8,5 por cento de reajuste salarial, enquanto as empresas apresentaram proposta de 6,5 por cento, de acordo com o Sindicato Nacional do Aeroviários.
Durante a paralisação, trabalhadores realizaram protestos com faixas no saguão de alguns aeroportos. Passageiros que tentavam embarcar tiveram de aguardar em longas filas até a volta dos funcionários ao trabalho.
(Reportagem de Eduardo Simões)