SÃO PAULO (Reuters) - O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, disse nesta segunda-feira que a queda dos juros será crucial para determinar o desempenho econômico em 2024 e reforçou a importância de o Banco Central levar em conta em suas decisões de política monetária não apenas o balanço de riscos para a inflação, mas também o de custos para a sociedade.
"O processo de relaxamento monetário vai determinar o que vai ser 2024 do ponto de vista econômico, isso é muito importante que a sociedade entenda, esse processo tem uma defasagem de alguns trimestres", afirmou Ceron em entrevista ao canal BM&C News.
Ele destacou que o crescimento do PIB esperado para 2023 é "razoável", citando uma projeção de 2,5%, e disse que "agora é hora de preparar 2024", e que o BC tem um papel nesse processo.
Ceron afirmou que, com a queda das expectativas de inflação, o país tem hoje uma taxa de juros real "bastante expressiva", com impacto sobre a trajetória da dívida pública. "O balanço de custos é uma variável importante, o custo de juros vai ser pago pela sociedade em algum momento", disse o secretário.
Arcabouço fiscal
Ceron afirmou que o governo federal defende que a Câmara dos Deputados inclua novamente o Fundo do Distrito Federal no novo arcabouço fiscal, após o Senado aprovar texto na semana passada retirando o fundo da nova regra.
"Não se trata de cortar recursos do fundo e sim ajustar o processo de correção dele para o futuro", disse.
O secretário argumentou que hoje o DF já tem o maior orçamento per capita do país, sem considerar os recursos do fundo. Quando esse valor é computado, o orçamento per capita do DF é, em média, três vezes superior a da maioria dos Estados brasileiros, disse.
Sobre a reforma tributária, Ceron disse que sua aprovação é fundamental para o país, mas que seu impacto não será imediato nem afetará o Orçamento no atual momento.
(Por Luana Maria Benedito e Isabel Versiani)