BOGOTÁ (Reuters) - Guerrilheiros das Farc mataram dois indígenas de uma comunidade no sudoeste da Colômbia na quarta-feira aparentemente por terem removido um cartaz em homenagem à morte do ex-líder da guerrilha Alfonso Cano na região há três anos, informou a polícia.
Os indígenas foram mortos em Toribio, na província de Cauca, no que supostamente foi uma revanche pela remoção da homenagem ao ex-líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que morreu na região em uma operação do Exército em 2011.
"Um ataque contra a população indígena é lamentável e condenável. O governo condena fortemente esse ato indescritível que não contribui em nada com a paz no país", disse o ministro do Interior, Juan Fernando Cristo, em comunicado.
A morte de Cano foi exaltada pelo então presidente Juan Manuel Santos como uma das maiores perdas já sofridas pelo grupo rebelde, que um ano depois iniciou uma negociação de paz com o governo. As conversas para encerrar o conflito de 50 anos, que já deixou mais de 220.000 mortos, ainda estão em andamento.
Apesar de as Farc terem acabado com os sequestros em busca de resgate, que eram amplamente utilizados pelo grupo, a guerrilha prometeu continuar atacando tropas do governo mesmo durante as negociações de paz até que seu pedido por um cessar-fogo bilateral seja atendido, o que foi descartado pelo governo.
Separadamente, o Exército da Colômbia disse que um trabalhador foi morto ao pisar em uma mina terrestre enquanto tentava consertar o oleoduto Transandino, na província vizinha de Narino, que foi alvo de ataque das Farc na quarta-feira, provocando a interrupção no fluxo de petróleo.
O duto de 306 quilômetros e com capacidade para 48.000 barris por dia leva petróleo de vários campos no sul do país para um porto na costa do Pacífico, de onde são realizadas as exportações da Colômbia para a Ásia.
(Reportagem de Luis Jaime Acosta e Monica Garcia)