Vendas no varejo no Brasil crescem menos que o esperado em março mas renovam maior patamar da série

Publicado 15.05.2025, 09:02
© Reuters. Loja no Rio de Janeiron11/06/2020. REUTERS/Ricardo Moraes

Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - As vendas varejistas no Brasil seguiram em alta pelo terceiro mês seguido em março e renovaram o maior patamar da série histórica, embora tenham ficado abaixo do esperado.

Em março, houve alta de 0,8% das vendas no varejo na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.

O resultado levou o setor a atingir o maior nível da série iniciada em janeiro de 2000, superando o nível recorde anterior, de fevereiro de 2025. Mas ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 1,0%.

As vendas varejistas terminaram assim o primeiro trimestre com alta de 0,9% na comparação com os três meses anteriores, depois de subir 0,6% no quarto trimestre de 2024, marcando o sétimo trimestre positivo em sequência.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve recuo de 1,0% nas vendas, contra expectativa de queda de 0,5%.

"Em março houve perde de ritmo da inflação, o que aumenta o poder de compra dos consumidores. Outro aspecto positivo para o comércio foi a expansão do crédito para pessoas físicas até para compra de veículos", disse o gerente da pesquisa no IBGE, Cristiano Santos.

Mas um cenário de inflação ainda elevada, política monetária retracionista e acomodação no mercado de trabalho devem levar a economia a uma desaceleração gradual neste ano, segundo analistas, podendo desanimar os consumidores, principalmente em relação a produtos mais dependentes de crédito.

O Banco Central elevou na semana passada a taxa básica de juros Selic a 14,75% ao ano.

"Devemos ver o agro e o comércio tendo impacto positivo sobre o PIB do primeiro trimestre de 2025. Ainda assim, dada as condições financeiras restritas, somada à perspectiva de aperto monetário prolongado e inflação de alimentos pressionando a renda disponível das famílias, esperamos um retorno à tendência de acomodação do setor no restante do ano", disse André Valério, economista sênior do Inter.

Entre as oito atividades pesquisadas na pesquisa do IBGE sobre o varejo em março, seis tiveram resultado positivo sobre o mês anterior.

“No último mês, o que chama mais atenção é o perfil distribuído do crescimento intersetorial. Tivemos seis atividades em crescimento, inclusive as com mais peso, como a farmacêutica e hiper e supermercados", destacou Santos.

Os destaques foram os setores de Livros, jornais, revistas e papelaria (+28,2%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (+3,0%).

Santos explicou que o desempenho positivo do setor de livros e jornais aconteceu em março desta vez, e não em fevereiro como nos últimos anos, por conta de variações no calendário escolar e variações nos momentos de fechamento de contratos novos.

Já as vendas de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo avançaram 0,4% no mês. Os demais resultados positivos em março vieram de Outros artigos de uso pessoal e doméstico (+1,5%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (+1,2%); e Tecidos, vestuário e calçados (+1,2%).

Tiveram retração nas vendas Móveis e eletrodomésticos (-0,4%) e Combustíveis e lubrificantes (-2,1%).

"O setor de combustíveis e lubrificantes vinha de dois resultados no campo positivo em janeiro e fevereiro. No mês de março há um rebatimento desse crescimento, que reflete também uma demanda menor por combustíveis naquele mês”, disse Santos.

No comércio varejista ampliado --que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças; material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo --houve avanço de 1,9% em março sobre fevereiro.

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