Por Susan Heavey
WASHINGTON (Reuters) - Um deputado republicano dos Estados Unidos se tornou o primeiro parlamentar no Congresso a romper com o partido por conta da disputa pela Presidência dos EUA nesta terça-feira, classificado o candidato republicano, Donald Trump, como despreparado para liderar o país e prometendo votar na democrata Hillary Clinton.
O rompimento acontece após dias de uma polêmica entre Trump e os pais de um oficial muçulmano do Exército dos EUA morto na guerra do Iraque, que gerou mais tensão entre muitos republicanos por causa das políticas e estilo do empresário nova-iorquino.
Em um texto, o deputado Richard Hanna, de Nova York, citou os ataques de Trump aos pais do oficial, classificando o candidato republicano de "profundamente falho de infinitas maneiras", "incapaz de se arrepender" e "egocêntrico".
"Para mim, não é suficiente apenas denunciar os comentários dele: ele é despreparado para servir nosso partido e não pode liderar este país", disse Hanna em carta publicada no site syracuse.com, do jornal Post-Standard, de Nova York.
Embora alguns parlamentares não tenham declarado abertamente apoio a Trump, Hanna foi o primeiro a dizer que votará em Hillary na eleição presidencial de 8 de novembro.
Trump tem criticado Khizr Khan e Ghazala Khan desde que participaram da convenção do Partido Democrata na semana passada. Khizr Khan citou os serviços militares e o sacrifício de seu filho Humayun Khan e criticou a proposta de Trump de uma proibição temporária da entrada de muçulmanos nos Estados Unidos.
Nos últimos dias, muitos republicanos expressaram apoio aos pais do militar morto, e alguns deles têm reprovado duramente Trump, especialmente o chairman do Comitê das Forças Armadas do Senado, John McCain, um veterano militar e ex-prisioneiro de guerra.